Ciro Campos
O Palmeiras lutou muito nesta quarta-feira e incorporou o espírito de luta necessário para a difícil missão na Argentina, pela Copa Libertadores. Ainda assim, não foi suficiente para sair de um empate com o Rosario Central em 3 a 3 e nem evitar a situação difícil que vive no grupo.
Falta apenas uma rodada para o encerramento e o compromisso restante é em casa, com o River Plate, do Uruguai. Uma vitória não basta. Será preciso torcer por uma combinação de resultados, a começar pelo confronto desta quinta-feira, entre o próprio River e o Nacional.
O desespero palmeirense para evitar a eliminação precoce levou a equipe fazer um jogo dramático contra o Rosario. O time paulista terminou com um a menos, dois jogadores machucados e a sensação que, por ter ficado duas vezes em vantagem, merecia a vitória.
O eletrizante jogo em Rosario mudava de ciclo a cada gol. Ora o Palmeiras mostrava maturidade para comandar as ações, ora o time da casa se aproveitava do apoio da torcida para pressionar e despontar como o favorito a vencer.
A luta inglória do Palmeiras para evitar a eliminação teve como personagem Gabriel Jesus. O atacante de 19 anos mostrou no mesmo jogo como é um jovem talentoso, mas inexperiente. Fez dois gols, chutou bola na trave e depois foi expulso ao agredir adversário infantilmente no segundo tempo.
O desafio para se manter vivo obrigava a vencer um rival que não perdia em casa desde novembro de 2014. A tarefa motivou o Palmeiras a mudar a formação. O técnico Cuca apostou em três zagueiros e tirou Zé Roberto do time titular.
O temido inimigo argentino demorou a aparecer amedrontador. Aos 20 segundos, Gabriel Jesus teve chance clara de gol e, aos 4 minutos, não perdeu nova oportunidade. O atacante aproveitou falha no recuo da defesa e só tirou do goleiro para abrir o placar para o Palmeiras.
A vantagem criou uma falsa zona de conforto. O time demonstrou maturidade para administrar o ritmo de jogo e manter a posse bola no ataque pelos minutos restantes. Só que durou pouco. O Rosario Central começou a avançar e sufocar o Palmeiras na saída de bola.
O esquema com três zagueiros e dois volantes deixou o time sem opção para avançar ao ataque. A bola não saía das proximidades da área de Prass. Não por falta de aviso, o Rosario chegou ao empate aos 32 minutos, com Donatti, de falta.
Ainda restava ao Palmeiras o espírito brigador de Libertadores, aquele com sangue frio para aproveitar uma mínima brecha para dar o bote. O primeiro tempo estava no fim quando em uma falta cobrada para a área, Gabriel Jesus desviou de cabeça para fazer 2 a 1.
O intervalo foi um festival de incidentes típicos de Libertadores. Pouco antes do apito, Prass fez ótimas defesas e, assim que acabou, os jogadores dos dois times se empurraram enquanto a estrela do Palmeiras, Jesus, estava caído no chão.
A tensão se prolongou no decorrer do jogo. Em menos de cinco minutos o segundo tempo teve uma bola na trave, chutada por Gabriel Jesus, e mais um gol. O Rosario Central cobrou falta ensaiada com perfeição e Cervi igualou.
A virada veio em um pênalti, convertido por Rubén, e logo depois Gabriel Jesus foi expulso. A vantagem numérica e o favoritismo do Rosario Central pouco valeram. Logo depois Barrios empatou.
Os minutos finais foram de um Palmeiras acuado. Prass salvou o time, enquanto o sonho de um contra-ataque salvador não se concretizou.