Salve, salve, amigos e amigas! É muito bom voltar a escrever aqui depois de tanto tempo. Estamos vivendo um momento que para muitos seria inimaginável (estamos em quarentena devido à covid-19 enquanto escrevo este artigo).
Neste momento, estamos vendo muitas pessoas partirem de forma repentina, e claro que isso gera medo e pavor, pois é uma característica do desconhecido, ainda mais quando ele é invisível como esse vírus. Mas devemos aproveitar este momento.
Claro que não quero que minha fala neste artigo seja oportunista, mas é fato que devemos nos aproveitar dessa situação, mas não para ganharmos sobre a desgraça e fragilidade do próximo, e sim para podermos nos dar o direito de crescer pessoalmente e espiritualmente.
Neste momento de caos que o mundo está vivendo, todos precisam de ajuda. Uns são mais fortes e trabalhados internamente e em sua fé, mas outros, muitos outros, não.
Então, como podemos nos aproveitar dessa situação? Primeiramente, devemos compreender que não podemos mudar esta realidade e que nada é fixo nem permanente, então todo este processo caótico irá passar.
Segundo, é que precisamos nos reconectar com Deus em sua essência, sem interferência de julgamentos e preconceitos religiosos. Devemos nos dar o direito de aceitar em nosso coração neste momento tudo que possa nos levar a Deus e ampliar a nossa consciência, seja com uma palavra da Bíblia por meio de um Pastor, seja pelas palavras carinhosas de um Preto Velho na Umbanda, ou mesmo pelo Pai de Santo, seja pela sermão de um Padre Católico, por um Rabino, por um Budista, entre outros irmãos e irmãs de linhas religiosas distintas.
Não estamos no momento de nos apegar e ditar qual é o caminho certo que nos leva a Deus, em sim de nos apegarmos a toda palavra que nos conecte com sua essência divina. Claro que tampouco devemos deixar de respeitar as palavras daqueles que acreditam em uma única forma de nos conectarmos com Deus, e está tudo bem, pois estão fazendo o seu melhor perante o que acreditam!
Eu, como Sacerdote de Umbanda, leio a Bíblia, acendo vela, escuto o Pastor e aprendo com o Padre, além de meditar com o Budista e crescer com sua filosofia. Eu seria hipócrita, neste momento, em dizer que a minha religião é a melhor ou a certa e que só por meio dos Guias e Orixás é que podemos ser completos espiritualmente.
Em uma caminhada de mais de 25 anos na espiritualidade, principalmente como médium de incorporação e com trabalhos ativos com os Guias e médicos espirituais, passei por diversas filosofias, desde a Budista até a Evangélica, sem contar a Católica, na qual fui batizado ao nascer. Não que nestes momentos eu tenha renegado a minha essência espiritual com o Guias, e tampouco deixado de ouvir, trabalhar e seguir seus conselhos, inclusive a busca pelo conhecimento dessas linhas religiosas me foi aconselhada pelos meus Mentores espirituais.
O que desejo com este artigo não é que você abandone a sua religião e crença espiritual, mas que reconheça o próximo como um ser humano, assim como você é, e que, independente de sua crença, possamos todos viver em harmonia e tranquilidade sempre, compartilhando as experiências espirituais. E, com isso, cada um pode crescer e expandir a sua mente para o novo e o todo. Mas por qual motivo faríamos isso? Na minha cabeça, é muito simples!
Neste momento, muitas pessoas estão realmente passando por problemas emocionais, espirituais e físicos devido à pandemia global e não podemos escolher quem vamos ajudar por uma questão religiosa e muito menos ditar sobre elas qual é a melhor metodologia espiritual e sim trazer-lhes a Fé que lhes falta, a esperança e apoio de que precisam, o olhar profundo nos olhos e apenas dizer que você o vê e permitir que cada uma dessas pessoas possam se reconectar com a sua essência divina para se fortalecer espiritualmente.
Se usarmos a nossa experiência religiosa e espiritual, sem invadir o campo da crença em cada ser humano a quem nos colocamos à disposição para ajudar, entregaremos às pessoas exatamente aquilo que podemos, e elas irão receber o necessário para o seu crescimento, sem culpa ou mesmo peso.
Quando nos posicionamos dessa forma como auxiliadores, sem pretensão de sermos salvadores, então nos colocamos numa posição humilde perante os filhos de Deus e podemos ser um instrumento valioso e extremamente benéfico ao próximo.
O melhor de tudo isso é que, além, é claro, de ajudarmos o outro, crescemos também, pois quando vemos de perto o sofrimento e angústia do próximo com compaixão, naturalmente aprendemos, evoluímos e nos curamos emocionalmente, espiritualmente, pessoalmente e fisicamente também!
Vamos fazer o possível para compreender que estamos todos no mesmo barco e que neste momento tudo de que precisamos é união e não julgamento.
Até mais, e axé!