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Pansera fracassou com projeto de wi-fi. Tem gente com medo na Esplanada

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Dois programas de acesso gratuito à internet implementados pelo atual ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, funcionam de maneira precária. O Rio Estado Digital e o Faetec Digital foram criados sob o comando do peemedebista, mas o Estado constatou não haver qualquer tipo de conexão em sete dos nove pontos da Região Metropolitana onde os dois projetos foram inaugurados por Pansera, no período em que presidiu a Fundação de Apoio à Escola Técnica, de 2009 a abril de 2014.

Ministro que entrou na cota do PMDB na reforma recém-promovida pela presidente Dilma Rousseff, Pansera foi nomeado pelo então governador Sérgio Cabral (PMDB) por indicação do secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso, hoje prefeito do município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

O Rio Estado Digital foi moldado para fornecer acesso à internet por meio de 16 grandes redes de Wi-Fi. A maioria está na capital. Treze delas cobrem alguns dos principais pontos turísticos, como o Aterro do Flamengo, a orla de Copacabana, Leblon e Ipanema e o entorno do estádio do Maracanã, e também favelas populosas, como Rocinha, Pavão-Pavãozinho, Cantagalo, Cidade de Deus e Complexo do Alemão, entre outras.

Já o Faetec Digital consiste em uma rede de salas com máquinas para imprimir documentos e computadores disponíveis ao usuário por um período de 30 minutos.

Um mês antes de deixar o cargo de presidente da entidade, Pansera inaugurou três polos em favelas na zona sul do Rio. Ao todo foram criadas 115 unidades do tipo, mas, desde o início do ano, 53 salas já foram fechadas.

Os únicos locais onde a conexão funcionou de modo intermitente foram o Maracanã e a orla de Copacabana. “Não fica nem dois minutos (conectado). Depois vem o aviso de que acabaram as duas horas do dia. Eu desisto”, diz Elizabeth Silva, caixa de quiosque no Leme, canto esquerdo da praia de Copacabana.

O ministro Pansera declarou, por meio de nota, que à época em que esteve no cargo, a Faetec definiu a tecnologia, as estratégias de público-alvo, a implantação dos equipamentos, além da manutenção de cada sistema, mas “as estratégias da atual gestão, a partir de abril de 2014, não nos cabe comentar”.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) informou que, apesar do programa ter começado em 2007, os gastos no Rio Estado Digital só foram registrados, com este nome, a partir de 2010. Em abril do ano passado, o tribunal notificou Pansera, ainda presidente da Faetec, para justificar a ausência de detalhamento do orçamento do pregão eletrônico em planilhas de contratação dos serviços do programa. A defesa apresentada ainda não foi julgada pelo TCE.

O governo informou que lançará edital de parceria público-privada para substituir o modelo montado pela Faetec, que teria operação de preservação e suporte complexos, segundo a Secretaria de Ciência e Tecnologia. Já no Faetec Digital, há a avaliação de que o serviço teve queda de interesse motivada pelo aumento de locais que oferecem Wi-Fi gratuito.

Segundo a secretaria, algumas unidades foram incorporadas às escolas da Faetec e os pontos que tiveram as atividades encerradas devem ser cobertos em um projeto de internet comunitária. Entre as redes de conexão Wi-Fi, a Secretaria admite que oito das 16 estão “ativas”.

estadao

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