Pantera Negra, o primeiro filme sobre um super-herói negro, chega aos cinemas em meio a uma batalha em Hollywood por mais diversidade e igualdade de gênero.
Meses depois do grande sucesso de “Mulher Maravilha”, os olhares se voltam agora para T’Challa, o rei e protetor da fictícia nação africana de Wakanda, interpretado por Chadwick Boseman.
O personagem Pantera Negra, que apareceu em “Capitão América: Guerra Civil” (2016), é considerado o primeiro super-herói negro com o próprio filme no universo Marvel.
Também foi o primeiro a figurar nos quadrinhos americanos – apareceu no “Quarteto Fantástico” em 1966 -, mas não se pode ignorar o caminho aberto, por exemplo, por Wesley Snipes com Blade e Halle Berry como Tempestade em “X-Men” e no filme Mulher-Gato.
Luke Cage, outro personagem da Marvel, tem uma série no Netflix. Mas o Pantera Negra será o embaixador da diversidade? O filme fará sucesso suficiente para novos investimentos dos estúdios em personagens negros?
As expectativas são elevadas para o filme de Ryan Coogler (“Creed: Nascido para Lutar”, 2015), que aos 31 anos é um dos diretores promissores de Hollywood.
A empresa Exhibitor Relations espera uma arrecadação de 135 milhões de dólares no fim de semana de estreia – 16 de fevereiro – nos Estados Unidos e Canadá e um faturamento total de 375 milhões neste mercado.
No Brasil, o filme tem estreia programada para 15 de fevereiro.
Sotaque africano – A crítica elogiou a combinação de grandes perseguições, cenários futuristas, humor e heróis com um figurino e maquiagem inspirados em guerreiros africanos.
A imprensa não escondeu o entusiasmo com o elenco que, além de Boseman, inclui estrelas como Lupita Nyong’o, Daniel Kaluuya, Angela Bassett, Forest Whitaker e Michael B. Jordan.
A crítica do Los Angeles Times Jen Yamato escreveu no Twitter que o filme é “incrível e com um propósito”, enquanto o Washington Post afirma que definirá um momento do cinema.
Atores como Donald Glover, que interpreta Lando Calrissian em “Han Solo: Uma História Star Wars”, disse que o filme é “belo”, enquanto o diretor de “Homem-Formiga”, Peyton Reed, afirmou que a produção tem “alma, reflexão e está no momento”.
“Não posso descrever a sensação de estar sentado e assistir o filme, me ver na tela, pessoas que se parecem comigo e me sentir com poder, abordando temas sociais relevantes, mas em um filme que você pode curtir”, afirmou na pré-estreia Michael B Jordan, que interpreta o rival de T’Challa.
Boseman, nascido na Carolina do Sul em uma família procedente de Serra Leoa, contou como decidiu dar ao personagem um refinado sotaque do leste da África – apesar das tentativas de algumas pessoas de que mudasse de ideia.
“Fui categórico”, disse. “As entonações e melodias de um sotaque africano são tão clássicas como as da Grã-Bretanha ou Europa”.
O filme também reserva um espaço preponderante às mulheres.
“Na cultura africana sinto que não há rei sem rainha. E esta história ressalta a rainha, a guerreira, a general, a jovem irmã”, disse Angela Bassett, que interpreta a mãe de T’Challa, Ramonda.
Boseman voltará ao cinema como Pantera Negra em maio, quando estreia o novo filme da franquia “Os Vingadores”, “Guerra Infinita”.