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Papa diz que cultura machista não pode ser vista como normal

Foto: Carlos Lezama/Agencia Andina

No seu primeiro dia de viagens pelo território peruano, o papa Francisco fez um discurso sobre comportamentos machistas, escravidão sexual e tráfico de seres humano.

Em Puerto Maldonado, o pontífice aproveitou a expressão usada pelos indígenas para defender que a região, na Amazônia peruana, não é “terra de ninguém”.

“Essa terra tem nome, tem rosto, tem vocês”, declarou.

A Igreja local tinha relatado que a chegada de empresas em busca de ouro tinha fomentou a exploração sexual de meninas e mulheres.

“É triste constatar que nesta terra, que está sob a proteção da Mãe de Deus, muitas mulheres sejam tão desvalorizadas, desprezadas e sujeitas a violência sem fim” disse ele, que antes lembrou o fato de estarmos acostumados a usar o termo “tráfico de pessoas”, mas que, na realidade, deveríamos falar “escravidão”.

“Não se pode ‘olhar como natural’ a violência contra as mulheres, mantendo uma cultura machista que não aceita o papel de protagonista da mulher nas nossas comunidades”, afirmou.

Por último, o papa recordou que muitas pessoas foram para a Amazônia em busca de teto, terra e trabalho, com a “promessa que determinados trabalhos poriam fim a situações precárias”, mas o “ouro pode se tornar um falso deus que exige sacrifícios humanos”.

“Os falsos deuses, os ídolos da avareza, o dinheiro e o poder, corrompem tudo. Corrompem pessoas, instituições e também destroem a floresta”, criticou.

Francisco concluiu a sua fala pedindo que todos amem a terra e não a usem como um objeto descartável, mas sim como um tesouro que será passado às futuras gerações.

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