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Papa Francisco alerta para os riscos de surgir uma ‘ditadura tecnológica’

Em um evento sem precedentes, o Papa Francisco se juntará à cúpula do G7 em Apúlia, na Itália, para abordar os desafios e oportunidades apresentados pela inteligência artificial. Esta intervenção histórica marcará a primeira vez que um pontífice participa de uma sessão dedicada à IA junto aos líderes das economias mais avançadas do mundo.

O interesse do Papa pela IA ficou evidente no ano passado, quando uma imagem sua com uma jaqueta inflável branca se tornou viral. No entanto, essa imagem era uma “deep fake” criada por IA, destacando o impacto das novas tecnologias e a necessidade urgente de uma regulamentação ética.

Em sua mensagem no final do ano passado, o Papa Francisco alertou sobre os perigos de uma “ditadura tecnológica” e a necessidade de estabelecer regulamentações robustas para evitar o abuso da IA. Ele enfatizou que a IA deve servir ao “bem comum” e não aumentar as desigualdades.

O Vaticano, através da Pontifícia Academia para a Vida, tem promovido o Chamado de Roma para a Ética da IA desde 2020. Este documento estabelece seis princípios para uma IA ética, incluindo transparência, inclusão e responsabilidade. Grandes empresas tecnológicas como Microsoft, IBM e Cisco Systems, bem como a ONU e líderes religiosos, apoiaram este chamado.

Na cúpula do G7, o Papa Francisco instará os líderes mundiais a trabalharem juntos na regulamentação da IA. Seu apelo por um “tratado internacional vinculativo” busca prevenir práticas prejudiciais e fomentar um desenvolvimento tecnológico responsável. Sua participação destaca a visão de uma Igreja comprometida com os desafios contemporâneos.

O arcebispo Vincenzo Paglia, presidente da Pontifícia Academia para a Vida, sublinhou a necessidade de uma regulamentação internacional para deter o abuso e a manipulação da IA. A Itália, que atualmente detém a presidência rotativa do G7, apoia essa visão e busca estabelecer um marco normativo ético e cultural para a IA.

A decisão do Papa Francisco de participar da cúpula reflete seu desejo de estar presente nos debates cruciais do mundo. Segundo o padre Antonio Spadaro, assessor papal, o Papa quer que a Igreja esteja no centro desses debates para garantir que a nova tecnologia beneficie toda a humanidade.

Já o padre Philip Larrey, especialista em IA e autor do livro “Artificial Humanity”, considera que a participação do Papa influenciará os resultados da cúpula, ressaltando a importância das implicações éticas da IA.

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