Carolina Paiva, Edição
Nem a ceia de Natal escapou dos índices negativos da economia em 2016. Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE), mostra que Papai Noel não segurou as rédeas do dragão da inflação. Em consequência, os gastos com a ceia natalina irão ficar 10,19% mais caros, em comparação ao ano passado.
A inflação dos complementos da mesa natalina superou a inflação média registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor da FGV (IPC) no período de dezembro de 2015 a novembro de 2016, que foi de 6,76%
Entre os itens que apresentaram maior aumento de preço estão o azeite (17,52%), vinho (16,95%) e frutas frescas (16,91%) Outros itens típicos da ceia de Natal também subiram acima da inflação, como o arroz (16,28%), ovos (13,16%) e óleo de soja (13,07%).
De acordo com o professor de economia da IBE-FGV, Anderson Pellegrino, o aumento dos preços não é consequência do aquecimento das vendas no Natal (aumento na procura). Pelo contrário, disse, a data será ainda mais desaquecida por conta da recessão que o país está enfrentando.
“A origem do problema está no comportamento dos preços desses itens ao longo do ano de 2016, por conta de uma inflação elevada, acima da meta, puxada principalmente pelos alimentos. A oscilação cambial, bem instável nos primeiros meses do ano, também afetou o preço dos produtos, uma vez que muitos deles são importados”, explica o especialista.
Com o alto índice de desemprego, o poder de compra dos brasileiros está menor neste Natal. Para escapar dos preços altos, a dica do professor é usar a criatividade “Vale inovar nas receitas e apostar nas substituição de ingredientes para os produtos da ceia não pesarem no orçamento doméstico”, diz.