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Luz e arquitetura

Papel importante da boa iluminação na fachada e interior

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Marcelo Lima

O holandês Rogier van der Heide é conhecido pela sua experiência em design tridimensional, fundindo luz, projeção de imagens e arquitetura. Responsável pelo projeto luminotécnico do estádio olímpico de Pequim, ele acredita no poder das novas tecnologias, em especial dos LEDs, no sentido de prover condições ideais de iluminação.

“Evitando luz fria à noite, é mais fácil adormecer e rejuvenescer antes que o dia amanheça”, conforme ele afirmou, nesta entrevista concedida por e-mail, enquanto viajava para o Brasil para participar da entrega do prêmio de arquitetura sustentável.

Por que a transparência se tornou um item tão vital na arquitetura contemporânea?

A transparência sempre foi um elemento crítico da arquitetura. Hoje podemos nos proteger do clima sem perder o contato com o meio exterior. Onde um arquiteto coloca paredes, ele cria sombras. O vidro permite que a luz penetre nos edifícios e assim estamos permitindo que a natureza entre. O arquiteto Louis Kahn disse que tudo é feito de luz, mesmo as sombras. Os melhores edifícios são aqueles que melhor manipulam a luz. Mesmo um espaço que se pretende completamente escuro requer uma pequena abertura. Uma janela minúscula, uma fresta, algo que nos ajude a compreender o que é o escuro. Bons arquitetos enfatizam as qualidades espaciais da luz.

Você afirmou que existe uma conexão direta entre luz e bem-estar. O que o faz pensar assim?

Como de ar puro, água potável e temperatura confortável, também precisamos de luz. Ela é um deleite para a nossa imaginação e celebra nossa sensibilidade aos contrastes e brilhos. Além disso, hoje sabemos que não só nossa mente, mas também nosso corpo responde à luz. Os níveis de melatonina e serotonina no nosso sistema hormonal são regulados e desencadeados por sua intensidade, o que nos ajuda a ter um sono mais relaxante e energia para atravessar o dia.

Da mesma forma, modulando a intensidade e a cor da luz você diz ser possível alterar a percepção humana. Como isso é possível?

A luz tem a capacidade de moldar o nosso ambiente. A primeira vez que estive no Japão, notei que todas as luzes da rua eram brancas e frias, ao contrário da luz amarela e quente das cidades europeias. Isso explica porque Tóquio é tão revigorante à noite. O mesmo se passa nos interiores. Para tanto, basta que observemos o que acontece no teatro. Na prática, uma enorme caixa preta onde os designers têm liberdade ilimitada e, como resultado, tantos ambientes e emoções são gerados.

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