A Papuda vive clima de risco de motim. Na melhor das hipóteses, pode haver violência entre (e provocada por) os detentos. A gota d’água é a falta de medicamentos destinados ao atendimento de presos vítimas de transtornos psiquiátricos. Lá estão presos desde assassinos a políticos corruptos. A tensão está à flor da pele.
A informação, divulgada inicialmente pelo G1, foi confirmada a Notibras por fontes do sistema penitenciário de Brasília. Um documento oficial elaborado pelas secretarias de Saúde e de Segurança Pública e Paz Social revela a existência de presos que vivem surtos pela falta de medicamentos.
Em menos de um mês, cinco detentos morreram na Papuda por diferentes causas não relatadas publicamente. Sabe-se que na Ala de Tratamento Psiquiátrico os pacientes estão sendo apenas monitorados por profissionais médicos e de segurança, uma ve que remédios para tratamento não existem.
Correndo contra o tempo, a Secretaria de Saúde prepara uma licitação para repor estoques.
A presidente da Associação de Familiares de Internos e Internas do Sistema Penitenciário do DF (Asisp), Alessandra Paes, citada pelo G1,, diz que as queixas sobre falta de medicamentos são frequentes.
“Desde que houve o surto de doença de pele na Papuda [veja abaixo], existe falta de medicamentos no sistema, desde remédios para hipertensão aos de tratamento de pele, e os de uso controlado”, sustenta Alessandra
Segundo a representante da associação, em uma das últimas visitas ao presídio – há duas semanas –, um parente de preso relatou que o interno, de 42 anos, teve um episódio de surto dentro da cela. A crise seria motivada pela falta de um dos medicamentos de uso restrito. “Ele disse aos familiares que a situação que foi constrangedora”.