Quando falta ao técnico pereba testosterona, argumentos táticos e técnica capaz de superar o poderio ofensivo do adversário, a ordem que vem do útero hesterectomizado é bater sem piedade. Do pescoço à canela esquerda, passando pela Faixa de Gaza escrotal, tudo é braço comunista. Daí, a decisão de fazer qualquer coisa para interromper as subidas pelo centro dos contrários. Essa tem sido a estratégia dos invejosos, medíocres e incapazes bolsonaristas comandados pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Pequenos por definição e abutres por natureza, os capachos do amaldiçoado clã não economizam nas baixarias e gastam o que podem para conter os avanços do país na gestão ainda claudicante de Luiz Inácio.
Embora a regra seja clara, a ideia é burlar normas, conceitos e costumes para antecipar a campanha eleitoral de 2026. Entre os métodos mais nocivos à população, o destaque é apostar até mesmo a honradez (?) de ser humano para destilar veneno a torto e à esquerda. Pautar propostas indecentes e fundamentalistas, independentemente de sua combinação mortal, foi o primeiro passo da vassalagem. De mão em mão e sempre com apoio irrestrito do czar alagoano, os anticristos tentam passar a boiada presa desde o fracasso antecipado do golpe de 8 de janeiro de 2023.
Os privilégios do tipo emendas secretas são imexíveis para os cidadãos de paletó, gravata, bíblias na mão direita e muito ódio enraizado no corpo apodrecido pelo acúmulo de maldades. Embora não tenham sido – e não serão – engolidas pelo povão, as últimas revelam o tamanho exato da massa corpórea putrefata que os mantém de pé. Ainda que não consigam engolir a derrota de 2022, eles já trabalham com a superioridade dos monges de areia, a ponto de se imaginarem com superioridade suficiente para se declararem maiores vencedores das eleições municipais de outubro próximo.
Como não há jogo ganho antes do apito final, é de bom alvitre lembrar que, para os mesmos fanfarrões, o pleito de 2022 era fava contada. Portanto, melhor se calarem, pois o ovo no fiofó da galinha mais uma vez pode estourar em focinho alheio. Pelo andar dos tanques enfumaçados pilotados por recrutas amadores, parece que substituir propostas, projetos e diálogos por imposições antissociais não é o melhor caminho nessa quadra política em que os eleitores estão cansados de bancar privilégios de parlamentares, dirigentes partidários e ex-mandatários que vivem para trabalhar contra o cidadão de pele escura, de renda inferior e de opção sexual que os incomoda simplesmente por medo de que descubram seus desejos guardados sob sete chaves.
Às vezes, mexer no que está quieto é um tiro nos dois pés, podendo atingir, inclusive, os ovos sem uso. Portanto, nessa altura do processo de derrocada do extremismo à direita, entendo como inócuo tentar agradar segmentos medonhos e minoritários com a liberação de praias para negócios imobiliários, criminalizar a mulher que, estuprada, deseja fazer aborto e impedir a delação de presos por crimes encomendados por pares. Melhor seria assumir a pequenez de alguns de seus líderes, conter a sanha controladora do czar e acreditar de uma vez que o Brasil é de todos.
Se pudesse intervir, diria aos estrategistas do caos, os herdeiros de Calígula, que os imperadores Nero e Marco Aurélio e os ditadores Napoleão Bonaparte, Adolf Hitler, Benito Mussolini, Francisco Franco, Augusto Pinochet, Josef Stalin, Vladimir Lenin, Mao Tsé-Tung, Idi Amin Dada, Leonid Brejnev, Muammar Al-Gaddafi e Sadam Hussein, entre outros brucutus, tiveram seus dias de glórias e de muito cacife financeiro. Tiveram, mas acabaram com os dentes arreganhados como qualquer mortal.
*Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978