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Para aceitar o outro, é preciso autoaceitação

O ato de aceitar a outra pessoa passa pelo desejo de se auto aceitar. O ato de aceitar a outra pessoa acontece quando desnudamos nossos sentimentos de ódio e julgamentos dos comportamentos que achamos diferente dos nossos.

Somos criados para não aceitar diferenças, pois cada família tem uma forma de criar as crianças e quando crescemos projetamos essa criação, seja ela radical ou liberal, porém, ao chegarmos na fase adulta, podemos escolher se vamos manter essa criação ou se tentaremos mudá-la.

A aceitação passa por um processo de informação, conhecimento e compreensão. Ninguém se aceita da noite para o dia, ninguém aceita o outro e suas diferenças instantemente, é um processo e, como tal, leva tempo e paciência.

O ódio internalizado, muitas vezes, é o fator fundamental para não aceitarmos as diferenças dos outros e até mesmo o que somos de verdade. A “religião” quando mal-entendida pode ser uma maldição na vida de uma pessoa, pois em vez de nos ensinar sobre aceitação nos ensina o sectarismo e os julgamentos.

A aceitação passa inevitavelmente pelo perdão e pelo amor, sem esses dois últimos é muito difícil conviver com as diferenças e os diferentes.

O ato de aceitar a vida como ela é deve ser visto como um exercício diário. Não somos somente o que pensamos, mas também o que fazemos em ações e reações. A aceitação não é mudar a outra pessoa e nem a si mesmo, é sim ter um coração aquietado e pacificado com o que a vida nos oferece. A aceitação e a expectativa exacerbadas não são amigas. Todo excesso de expectativa sobre si mesmo e sobre o outro desconfigura o desejo de aceitação.

A aceitação passa pelo passado. Quem ignora o passado tende a não progredir no processo de auto aceitação e/ou aceitação do outro. Quando obrigo algo ou alguém para que eles sejam iguais a mim, fica evidente que tenho problema em aceitar.

Quem não se aceita, não aceita o outro. Quem não se aceita tende a odiar outras pessoas. Aceitar as outras pessoas não é um dom, é um exercício diário. A aceitação não é somente um “querer”, ela passa pelo campo da “decisão” e decidir é uma ação e não uma teoria. Antes de julgar, pense. Eu quero exercitar a aceitação para essa situação, algo ou pessoa? Estou disposto a aceitar a mim mesmo como sou e ao outro como ele é?

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