Para Aécio, proposta de eleições gerais é manobra para esvaziar o impeachment
Publicado
emIsabela Bonfim
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afastou nesta terça-feira, 5, a tese de antecipação de eleições como solução para a crise política atual. Segundo ele, a sugestão é utópica e uma tentativa de tirar o foco do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff em curso na Câmara.
“Nesse instante, quaisquer dessas medidas criativas e utópicas, que não têm qualquer correlação com a realidade, servem apenas para fragilizar a tese do impeachment”, disse Aécio.
O senador se disse favorável à realização de novas eleições caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determine a impugnação da chapa de Dilma e Michel Temer. Entretanto, ele avalia que a antecipação das eleições por meio de uma proposta de emenda constitucional (PEC) no Congresso é um processo que passa pelas mãos de muitas pessoas, o que dificulta a viabilidade.
“Com a PEC, você pressupõe obviamente uma concordância daqueles que não se dispõem a fazê-lo. Para que haja uma PEC de antecipação das eleições, deve haver uma concordância da presidente da República, deve haver concordância do vice-presidente, que preside o maior partido na Câmara dos Deputados e de outros. Tudo isso é utópico hoje”, alegou.
O senador chegou a dizer ainda que o impeachment não é a solução ideal, mas que a decisão via TSE pode levar meses ou anos. “O impeachment é o ideal? Não, não é. Mas é o possível e emergencial.”