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Para garantir moral na rua, prefeitura proíbe o Som na Rural

“A gente não quer ser tratado como camelô que vende produto chinês. A gente quer ser tratado com respeito. Estou aberto ao diálogo”. A declaração foi dada pelo produtor cultural Roger de Renor, na manhã deste sábado (8). Na véspera, o “Som na Rural”, evento que ele vem produzindo às sextas-feiras na Rua da Aurora, foi proibido de acontecer por agentes de trânsito da Prefeitura do Recife, policiais militares e carro de reboque.

“O cara me aborda, pergunta ‘o senhor sabe que existe uma lei que não permite estacionar em cima da calçada?’. Eu não estou vendo carro e calçada, estou vendo palco e cenário. Falei que ia tirar, mas ele pediu para ver meus documentos, disse que o certo seria tirar o auto de infração e rebocar, mas como a gente era legal ele só extraiu a multa”, relatou Roger. O carro é uma Rural Willys toda iluminada. Ao lado dela, um tapete é estendido e um pequeno palco, improvisado. Na sexta (7), estavam previstas apresentações da banda alemã Jazzanova, da DJ Catarina Deejah e do grupo Malícia Champions. Nem chegou a começar. O local, que costuma ser praticamente deserto, vem recebendo algumas dezenas de visitantes a cada edição.

Em nota, a Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano (Semoc) informou que o Som na Rural não tinha autorização da Secretaria-Executiva de Controle Urbano (Secon) para funcionar nesta data. É preciso 15 dias de antecedência para este tipo de solicitação e ela só foi feita na última quarta (5), e ainda será analisada. Ainda de acordo com a nota, o Som na Rural teve autorização para funcionar durante três sextas-feiras de janeiro, no estacionamento da Rua da Aurora. Desta vez, por estar em cima da calçada, foi notificada de acordo com o artigo 181, inciso VIII, do Código de Trânsito Brasileiro (infração grave, R$ 127 de multa e cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação).

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