O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, afirmou na tarde desta quinta-feira, 25, que, se eleito, não vai fechar a fronteira com a Venezuela. Ele se comprometeu ainda em nomear um ministério “técnico”.
Em entrevista coletiva concedida na casa do empresário Paulo Marinho, no Jardim Botânico (zona sul do Rio), Bolsonaro cobrou mais empenho dos parlamentares de seu grupo político – o PSL elegeu 52 deputados federais.
“Do nosso pessoal eu quero mais empenho do que eles estão demonstrando agora. Em São Paulo, por exemplo, a preocupação número um não é eleger um ou outro candidato a governador, e sim somar votos para a nossa candidatura”.
Questionado sobre a situação da Venezuela, ele negou que pretenda tomar qualquer medida drástica. “Ninguém quer fazer guerra com ninguém. A Venezuela é uma coisa que não poderia deixar chegar onde chegou. É uma fronteira seca, não seria a melhor medida fechá-la. Temos de buscar maneiras, talvez junto à ONU, de fazer ali campos de refugiados, para buscar solução para o caso. Roraima não suporta a quantidade de venezuelanos que têm entrado lá, mas o governo não pode dar as costas para a Venezuela”, concluiu.
Sobre não estar apoiando nenhum candidato a governador, em alguns Estados como São Paulo e Rio, Bolsonaro afirmou: “Eu quero neutralidade porque não está garantida minha eleição no próximo domingo, e a eleição mais importante para quem está do meu lado é a minha, nos Estados que cada eleitor decida o melhor”.
Caso seja eleito, Bolsonaro afirmou que seu primeiro ato vai ser “a nomeação de um ministério técnico, que realmente possa corresponder aos anseios do povo brasileiro e não de agremiações político-partidárias”.
Sobre a investigação da facada de que foi vítima em setembro, Bolsonaro afirmou que está aguardando as investigações. “Não vou ser leviano a ponto de apontar possíveis responsáveis por esse atentado, que não foi um ato isolado”, afirmou.
Questionado sobre a relação com a imprensa europeia, que tem sido crítica a um eventual governo Bolsonaro, o candidato alegou falta de conhecimento. “Não me conhecem e estão contaminados por alguns setores da mídia aqui do Brasil, que me tratam com muito preconceito”, disse.
Bolsonaro disse ter conversado “outro dia” com Mauricio Macri, presidente da Argentina, e que os dois vão “ter um bom relacionamento” em caso de ele ser eleito.
Questionado sobre como seu governo trataria os homossexuais, Bolsonaro negou que haverá perseguição. “O Estado não tem nada a ver com a opção sexual de quem quer que seja, ponto final. Aqui dentro deve ter algum homossexual, o que eu tenho contra? Nada. Minha luta é contra o material escolar, não interessa se é homo ou hetero, para criancinhas a partir de seis anos de idade. Quem trata de sexo é o papai e a mamãe. Quiserem implementar isso a partir de 2010. Tanto é verdade que houve o kit gay que em 2011 Dilma Rousseff mandou recolher”, afirmou.
Ao final da coletiva, perguntado por um repórter se sabia que está programado para o próximo domingo um protesto LGBT na porta da sua casa, Bolsonaro retrucou: “Você pode ir lá”. Na sequência, começou a rir.