Centenas de pessoas, a maioria jovens, participaram nesta sexta 19, na Cinelândia, centro do Rio, de um ato de campanha da candidata do PSOL à Presidência, Luciana Genro. Participaram também do ato, o candidato do partido ao governo do estado, Tarcísio Mota, e os deputados federais Chico Alencar e Jean Wyllys, e o deputado estadual Marcelo Freixo, que concorrem a mais um mandato.
Para Luciana Genro, a participação popular é a expressão da verdadeira nova política, que é feita sem financiamento de bancos, de empreiteiras e de multinacionais. “É uma militância que vem aqui com suas próprias pernas, não é carregada, não ganha lanche, não é paga. Participa da nossa campanha porque realmente acredita nas nossas propostas. Esse comício nos enche de certeza de que temos um grande apoio na sociedade e que as urnas vão surpreender. As pesquisas vêm distorcendo a realidade”, disse.
A candidata reconheceu que há uma dificuldade em chegar ao segundo turno, ainda mais por causa, segundo ela, da desigualdade entre as campanhas em termos financeiros e na cobertura da grande mídia. Citando uma frase de Bertold Brecht estampada em muitas camisetas dos militantes: “Nada deve parecer impossível de mudar”, Luciana Genro disse que segue acreditando até a eleição de que vai conseguir chegar ao segundo turno.
Na avaliação dela, as bandeiras defendidas pelo PSOL na campanha são uma forma de dar voz à população na campanha, entre elas, apontou, a taxação das grandes fortunas, a auditoria da dívida pública, a descriminalização da maconha, a descriminalização do aborto, o combate à homofobia e o casamento igualitário. “São bandeiras que não são propriedade do PSOL, mas que nós estamos dando voz nesta campanha”, disse.
Em entrevista após o discurso, a candidata disse que não tinha informações suficientes para comentar as correções feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), mas classificou de brutal a desigualdade no Brasil. “Independente dos números que a Pnad apresente, tem 15 famílias que concentram uma riqueza equivalente a dez vezes o que o Brasil gasta com o Bolsa Família em um ano. Isso é um dado escandaloso, que uma pequena variação, para cima ou para baixo, não influencia. É preciso uma política dura de desconcentração de renda que significa cobrar mais impostos dos milionários”, disse.
Cristina Índio do Brasil, ABr