Para Michel, açoite de Hélio Doyle pode servir para ele ser chibateado
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emO que motivou o ex-chefe da Casa Civil, Hélio Doyle, a disparar contra deputados distritais (sem nominar ninguém), associando a alguns deles a imagem de lobistas em defesa de empresas privadas? O que mais acontecia no gabinete do secretário, que costumava trabalhar até altas horas?
Essas, entre outras muitas perguntas, são feitas pelo deputado Dr. Michel (PP), em artigo assinado para Notibras. Inconformado com a artilharia disparada por Hélio Doyle, o parlamentar, a quem costumam chamar Xerifão, adverte que o açoite, quando é mal empregado, pode virar chibata para ferir o próprio corpo.
Veja o artigo:
A política do Distrito Federal é pródiga em nos apresentar situações, embora lastimáveis, com formas tragicômicas, a exemplo da “auto demissão” do Jornalista Hélio Doyle do cargo de Secretário Chefe da Casa Civil do “Governo de Brasília” (assim auto intitulado o governo socialista instalado no Buriti – perdão à cacofonia).
Açoitado por políticos, servidores, sindicatos e empresários, o demissionário, Hélio Doyle focou a pendenga nos políticos e aí, à guisa de vingança, revidou com a mais poderosa das chibatas: a língua.
Me atrevo a qualificar de vingança porque se os graves fatos que ele agora relata, de fato ocorreram, porque não denunciou a tempo e a hora? Serve-se de sua chibata para fustigar seus desafetos, sem dizer nomes, e se coloca na mais confortável das posições, entrementes, também a mais cruel, calhorda e covarde delas: aquela sustentada pelo discurso de que ocorreram, mas não precisam ser provadas.
É verdade que a política, e os políticos, estão extremamente desgastados, e também não se pode negar que a culpa é dos próprios políticos, que são useiros e vezeiros em protagonizar escândalos e envolverem-se em casos noticiados pelas páginas policiais.
Feito esse reparo, mesmo essa verdade não tem força, em si mesma, para justificar a postura de Hélio Doyle que, a meu sentir, muito mais mancha sua biografia que presta um serviço à nação ou à própria política.
Esquece ele que o “Governo de Brasília” (nova alcunha do Poder Executivo distrital), assumiu suas atribuições há cerca de 6 meses, prometendo um projeto político inovador para o DF, mas até agora somente manifestou uma absoluta inabilidade para a gestão pública.
Quando Hélio Doyle “cai atirando” demonstra muito mais fraqueza e despreparo do que um real compromisso com o povo; mostra que pregava um discurso e tinha outra prática.
Quem quer mudar a política, mudar as práticas políticas, não se reúne às escondidas para tratar de assuntos sem qualquer lastro republicano e depois, à guisa de esclarecer a opinião pública, diz que foi esse ou aquele assunto.
Ora, espera-se de um homem público, probidade, honestidade, publicidade e, acima de tudo, compromisso com a coisa pública. Esse compromisso permeia todas as atividades do servidor público, seja ele concursado ou de livre nomeação. Se Hélio Doyle de fato se reuniu com políticos para “lobby” em favor de empresas e não denunciou o “lobista” é, a meu sentir, uma postura mais nefasta que aquele com quem se reunira, porque o “lobista” (político ou não), está na defesa de sua própria mesquinharia, mas o ex-Secretário Hélio Doyle não. Estava, até então, posto na defesa da sociedade, do povo, da própria democracia e apregoava isso, pregava isso, discursava isso.
É preciso que explique porque só falou agora. O que mais ocorria dentro do Gabinete de Hélio Doyle que até agora ele não nos contou?
Eu, por meu turno, o desafio a dizer de meu nome, de que estive com ele para tratar de quaisquer assuntos desviados da ética, da moralidade, da seriedade. É hora de Hélio Doyle vir a público dizer de suas atividades na Casa Civil, sob pena de sofrer açoite por empunhar mal a própria chibata.
Deputado Dr. Michel