Para o bem do povo e felicidade empresarial, os puxadinhos ficam
Rio Scenarium, Recife Antigo e tantas outras regiões boêmias revitalizadas por esse Brasil continental começam a inspirar os deputados distritais quando o assunto são os famigerados puxadinhos das comerciais do Plano Piloto. A regularização dessas áreas, comprovadamente ilegais, vai ganhar mais um ano pela frente, conforme ficou decidido em Comissão Geral realizada na quinta 23 na Câmara Legislativa.
A iniciativa dos debates partiu do deputado Chico Vigilante (PT). Na pauta maior, a discussão do projeto de lei complementar nº 14/2015, do Executivo, que prorroga por mais um ano o prazo para que os empresários deem um jeito na irregularidade. Foi firmado um compromisso entre deputados e empresários de criação de um grupo de trabalho para elaborar um substitutivo ao projeto, flexibilizando as exigências.
Vigilante ressaltou que o problema é muito antigo e conhecido em Brasília e defendeu que o assunto tenha uma solução definitiva e não apenas uma nova prorrogação de prazo.
A proposta do Palácio do Buriti fixa o prazo final para regularização o dia 27 de junho de 2016, contra o dia 30 deste mês.. Vigilante apresentou uma análise do projeto de lei complementar e identificou o que considera algumas imperfeições, que, segundo ele, precisam ser corrigidas por meio de um substitutivo, a ser elaborado por técnicos da Câmara Legislativa e especialistas no assunto.
Representantes do governo e dos sindicatos de comércio estiveram no debate e esclareceram seus pontos de vista em relação ao projeto.
Entre os detentores de mandatos na Câmara Legislativa, há os que defendam a ocupação feita por empresários. Exemplos não faltam, como Reginaldo Veras (PDT) e Agaciel Maia (PTC). Os dois avaliam que os puxadinhos já fazem parte da cultura da cidade. E para não ser omisso, Ricardo Vale (PT) afirmou que não consegue imaginar a cidade sem a existência dos puxadinhos.
Algo precisa ser feito, é verdade. E se for para o bem do povo e felicidade geral dos empresários, a Câmara dirá ao Buriti que os puxadinhos ficam.
Leandro Montes, com texto final de Karla Maranhão
