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A prevenção

Para ONU-Mulher, agressão deve ser vista como algo natural

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Paula Laboissière

Para prevenir casos de violência contra a mulher e reverter as estatísticas é preciso, primeiramente, reconhecer o ato como algo não natural e que não deve ser aceito. A avaliação é da representante da ONU Mulheres Brasil, médica Nadine Gasman. “No país, a Lei Maria da Penha tem trazido essa ideia para a população, que sabe que bater, xingar e matar mulheres é um crime”, disse.

Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional de Brasília, ela destacou a importância de se trabalhar o tema nas escolas, numa tentativa de promover a igualdade entre meninos e meninas, além de ações contundentes nos lares e na mídia. “Temos que ter uma rede de atendimento para todas as modalidades de casos de violência contra as mulheres, para que os crimes não fiquem sem punição e para que os agressores sejam levados à Justiça.”

Para Nadine, o Brasil avançou bastante no combate à violência contra mulheres, não apenas por meio da Lei Maria da Penha, que trata da prevenção, do atendimento e da sanção, sobretudo da violência doméstica, mas também por meio da Lei do Feminicídio, que pune especificamente o assassinato de mulheres. “São duas leis muito importantes, que se complementam, porque olham todas as formas de violência contra as mulheres, tanto no âmbito público como no privado;”

Nadine elogiou ainda iniciativas como o Programa Mulher: Viver sem Violência, Casas da Mulher Brasileira e o Disque 180, ferramenta de comunicação que considera de suma importância entre as próprias mulheres e também entre pessoas que testemunham atos de violência contra as mulheres.

“É muito importante falar sobre isso no Dia Internacional da Mulher, porque a gente está empenhado no desenvolvimento de uma Agenda 2030, com objetivos de desenvolvimento sustentável que requerem ações muito fortes e definitivas em torno da erradicação da violência contra as mulheres”, concluiu.

Nadine Gasman é médica, tem nacionalidades mexicana e francesa e mestrado em saúde pública pela Universidade de Harvard e doutorado em gerenciamento e políticas da saúde pela Universidade John Hopkins.

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