Vanessa Mazza Furquim
Quantos de nós podemos, de fato, nos considerarmos adultos? Ser adulto não é somente a mudança física – com o desenvolvimento do corpo e o crescimento de pelos – é a evolução emocional do estado infantil para o estado da maturidade.
Novamente eu pergunto: quantos de nós são realmente pessoas adultas no sentido mais puro da asserção?
Eu sinto que a maioria de nós são crianças feridas, vestindo corpos de gente grande, como num daqueles momentos de descoberta infantil, quando a menina veste as roupas da mãe e o menino as do pai.
Quem pode afirmar que não possui um único trauma na infância? Que não tenha sofrido um único abuso – moral, físico ou emocional – dos pais, dos irmãos, dos familiares, de amigos ou conhecidos? Que não tenha sido humilhado ou ridicularizado por uma deficiência qualquer? Que não tenha sido ofendido ou desrespeitado simplesmente por ser si mesmo ou por falar o que pensava? Todos nós fomos, em algum momento, feridos de alguma forma. E, como somos humanos, na maioria das vezes, não reconhecemos a ferida e, mesmo se a percebemos, não sabemos como curá-la.
Dessa forma, crescemos carregando uma chaga que continuamente nos faz sabotar todas as nossas tentativas de felicidade. Mas, o sofrimento não é necessariamente o mesmo para todos. Alguns foram afetados na área dos relacionamentos; outros na material (de segurança financeira); outros ainda na parte física. A questão central é que hoje somos adultos carregando uma ferida que precisa ser curada.
Você já se questionou quais são seus maiores medos? Foi capaz de perceber onde estão suas maiores dificuldades? E agora o mais difícil: conseguiu resgatar os momentos na infância que geraram esta fragilidade? É preciso coragem para olhar para si mesmo no espelho da vida. Existe muito sofrimento enraizado em nosso subconsciente que nos impede de nos ver como somos verdadeiramente, permitindo que possamos nos amar e que faz com que não nos sintamos dignos de encontrar aceitação, amor e felicidade.
Vamos resgatar esta criança, perdoando primeiro a nós mesmos e depois a todos aqueles indivíduos que nos feriram. E então, vamos trancar a porta do passado, percebendo que ele não existe mais (na verdade só existia em nossa mente) e voltarmos nossa total atenção para o presente. Pergunte-se agora: Quem sou eu? e a resposta a esta pergunta lhe levará à maior aventura de toda sua vida!