O Parlamento da Finlândia aprovou por maioria esmagadora, nesta terça-feira (17), uma proposta para solicitar a adesão do país à aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em uma mudança política histórica provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.
O presidente finlandês, Sauli Niinisto, e o governo decidiram oficialmente no domingo (15) que a Finlândia iria se candidatar à adesão, mas a decisão estava pendente da aprovação do Parlamento.
Dos 200 parlamentares, 188 votaram a favor e oito contrários ao pedido, disse o presidente do Parlamento, Matti Vanhanen.
O ministro das Relações Exteriores do país, Pekka Haavisto, disse que a decisão não era motivo para comemorar porque “há guerra na Europa”.
“A adesão da Finlândia à Otan não mudará nosso pensamento básico de que sempre buscaremos soluções pacíficas e somos uma nação amante da paz que buscará, antes de tudo, soluções diplomáticas para cada conflito”, disse ele durante o debate.
Os opositores ao pedido incluíram alguns legisladores da Aliança de Esquerda, parte da coalizão de cinco partidos da Finlândia, entre eles Markus Mustajarvi, que contestou a decisão com uma contraproposta que também foi à votação.
“Nossa fronteira se tornaria a fronteira entre a aliança militar e a Rússia. Novas tensões não seriam um risco somente durante o processo de candidatura, mas uma nova e permanente condição de nossa política externa e de segurança”, disse ele.
No início da terça-feira, o comitê de Relações Exteriores do Parlamento decidiu juntar-se à liderança do Estado para propor à Casa que o país nórdico se candidatasse à adesão.
“Tendo ouvido um número muito grande de especialistas e tendo recebido os pareceres de 10 comitês (parlamentares), o comitê de Relações Exteriores concorda com o governo que a Finlândia deveria se candidatar à adesão à Otan. Esta decisão é unânime”, disse o presidente do colegiado, Jussi Halla-aho, aos repórteres.