A Assembleia Nacional francesa proibiu na quinta-feira (08) o uso de telefones celulares em colégios e institutos a partir do próximo curso, uma medida defendida na campanha eleitoral pelo presidente, Emmanuel Macron, mas que os opositores consideram inútil.
O voto em primeira leitura na Assembleia Nacional tem que ser validado pelo Senado em uma data que ainda não foi definida, e por uma comissão mista caso não se chegue a um acordo, precisaram à Agência Efe fontes da Câmara Baixa.
A proposta de lei estabelece que, com exceção daqueles lugares nos quais o regulamento interior autorize expressamente, os alunos não poderão utilizar um celular nas escolas primárias, de ensino médio e dos institutos.
Não ficaram fixadas nem as possíveis multas e nem a forma como o veto será aplicado, mas levando em conta que não é permitido revistar as mochilas dos estudantes e nem requisitar objetos não perigosos, aos alunos bastaria mantê-los desligado e fora da vista de professores, apontam os veículos de imprensa franceses.
O texto defendido pelo partido de Macron, A República em Marcha (LREM), considera que seu uso “provoca várias disfunções incompatíveis com a melhoria do clima escolar” e que a proibição permitirá garantir um entorno que favoreça a concentração.
Inclusive nos intervalo, aponta, “pode ser nefasto ao reduzir a atividade física e limitar as interações sociais”.
93% dos adolescentes de entre 12 e 17 anos, segundo um pesquisa da Autoridade de Regulação de Comunicações Eletrônicas (ARCEP), tinham um telefone celular em 2016, frente aos 72% de 2005.
O uso, segundo os deputados, é suscetível a fomentar práticas de risco como o ciberassédio ou o cibersexismo, assim como expôr os alunos a “conteúdos violentos e chocantes”, como a pornografia.
Com esta proibição, as autoridades pretendem criar um marco jurídico adaptado a uma prática já estendida em alguns dos 51 mil colégios e 7,1 mil institutos do país, que segundo as conclusões da câmara foi “satisfatória”.
A proposta detalha que a medida não afeta o “uso pedagógico” desses dispositivos, dentro de um “projeto educativo preciso e controlado pelo pessoal educativo”.
O partido conservador Os Republicanos a rejeitou alegando que trata-se de uma mera “operação de comunicação”, enquanto os socialistas e os integrantes da formação radical de esquerda A França Insubmissa optaram por se abster.