Mistério no Lago Paranoá (III)
Parte de um corpo boiando vai parar no IML
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emMariane acordou bem cedo naquele dia. Precisava desopilar o fígado, pois o trabalho como agente de polícia durante a semana a deixava estressada. Da janela do seu quarto, observou por um tempo o Lago Paranoá.
Preparou um belo café da manhã, pois pretendia passar o dia ao ar livre. Tomou um banho e, em seguida, vestiu uma roupa bem leve. Escolheu o par de tênis mais confortável e saiu de casa.
Caminhou em direção ao Píer da Asa Norte, onde alugou um pedalinho. Mal começou a navegar pelas águas mansas do Paranoá, ela voltou o rosto para o Sol, que parecia ainda mais vivo naquele dia. Mariane sorriu e pensou que aquilo era melhor que qualquer terapia.
Ela parou no meio do lago e deixou que o pedalinho ficasse quase parado, se não fosse pelo leve movimento das marolas. A policial fechou os olhos e imaginou estar ao lado de Marcelo, com quem mantivera um romance por dois anos. Ele, que também era policial, acabou se aposentando há alguns meses e foi morar em João Pessoa. Nunca mais se viram, apesar de se comunicarem de vez em quando.
De tão relaxada que ficou, Mariane esticou o braço direito para sentir o frescor da água do Paranoá. Sua mão dedilhou por um instante aquela imensidão até que, de repente, ela sentiu algo. Mariane voltou seus olhos para a sua mão e, assustada, soltou um grito.
Ainda atordoada, a mulher procurou se acalmar. Não era a primeira vez que Mariane ficava diante de um corpo. Todavia, este possuía apenas cabeça, tronco e parte de uma das pernas. Ela tentou raciocinar e, então, pegou seu aparelho celular e telefonou para a delegacia da Asa Norte.
A seção de crimes violentos foi acionada e, não demorou, lá estavam os agentes de polícia Pedro e Gustavo conversando com Mariane. Ela apontou para corpo, que ainda flutuava há aproximadamente 100, 150 metros. Não mais que isso.
Pedro e Gustavo, acompanhados de Mariane, foram até o local. Depois de acionarem a perícia criminal, o corpo foi recolhido ao IML. Durante esse tempo, os três policiais conjecturaram quem poderia ter feito aquilo. Não chegaram a uma conclusão, mas todos os três não acreditavam que poderia ser obra de um ser humano. Ou, então, não queriam acreditar.
Quinta, dia 6, novo capítulo