Felipe Meirelles, edição
O Partido Socialista Obrero Español (PSOE) saiu derrotado em sua primeira tentativa de formar um governo após as eleições de dezembro.
A legenda liderada por Pedro Sánchez angariou 130 votos a favor do governo, ante 219 votos contrários e uma abstenção. Uma nova tentativa deve ser feita na sexta-feira.
A derrota do PSOE pode ser atribuída ao voto contrário de dois partidos, o Partido Popular (PP) e o Podemos. Somados, ambos 192 das 350 vagas do Parlamento da Espanha.
O primeiro-ministro Mariano Rajoy, do Partido Popular (PP), de centro-direita, afirmou mais cedo diante do Parlamento que o plano de governo de Sánchez não podia ser levado a sério.
Já o líder do movimento de esquerda Podemos, Pablo Iglesias, que conta com 69 deputados em sua bancada, também orientou seu grupo a votar contra Sánchez por considerar que ele não está pronto para liderar um governo genuinamente de esquerda.
Para ser eleito primeiro-ministro, Sánchez necessita dos votos da maioria absoluta do Congresso de 350 deputados, ou 176 votos. Mas o PSOE, que obteve 90 representantes nas eleições de 20 de dezembro, só garantiu o apoio do novo partido de centro Ciudadanos, que possui 40 nomes.
Sánchez tenta atrair o apoio do Podemos, mas o grupo de esquerda exigiu como condição a ruptura com o Ciudadanos, considerado pelo Podemos muito à direita no espectro político.
O Partido Popular, que governa o país desde 2011, ficou em primeiro nas eleições, mas perdeu a maioria que possuía no Parlamento, principalmente diante da desilusão dos eleitores pelas medidas econômicas de austeridade e pelos numerosos escândalos de corrupção.
Rajoy, que por enquanto comanda um governo interino, disse que não poderia formar governo após não conseguir o apoio necessário Caso Sánchez não ganhe nenhuma das votações, o Parlamento terá dois meses para apontar um governo. Se isso não ocorrer, haverá outras eleições em 26 de junho.