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Baculejo em branco?

Pascácio e Pacóvio, gêmeos apenas no sobrenome

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Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Produção Irene Araújo

Pascácio e Pacóvio, cujo parentesco era nenhum, pareciam gêmeos, tamanha a coincidência do sobrenome que carregavam: Mentecapto. Coincidência ou artimanha do destino, aqueles dois estultos, que, dependendo do ângulo obtuso, poderiam ser facilmente confundidos por néscios, gastavam os ouvidos alheios com bobices sem tamanho.

Não se sabe ao certo se Pascácio e Pacóvio eram ineptos por natureza ou, então, a natureza os havia feito ignaros para que os dois tivessem uma sobrevida. Como mamãe sempre disse, sortudos são os tolos que desconhecem a própria tolice. Nem precisam buscar algo que não possuem e, por isso mesmo, são facilmente adestráveis.

Mas não pense você que Pascácio e Pacóvio não possuíam utilidade. Aqueles dois eram ideais para o sistema se manter firme. Aceitavam tudo sem contestar, pois o mundo sempre fora daquele jeito e, reclamar, só traria problemas.

O óbvio é óbvio. Deus ajuda quem madruga. Herança é meritocracia. O trabalho engrandece o homem. Pra que dar baculejo em branco, se as estatísticas mostram que só preto é bandido?

Senta! Sentou. Deita! Deitou. Rola! Rolou. Morto! Morreu. Deixou saudade.

*Eduardo Martínez é autor do livro “57 Contos e Crônicas por um Autor muito Velho”.

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