Além do horizonte
Páscoa, que viu Cristo nascer quando coelho era avô, faz enriquecer

A Páscoa é uma das celebrações mais importantes do calendário cristão, cujas raízes remetem ao judaísmo e o paganismo. Os festejos da Páscoa estão relacionados à libertação do povo judeu por volta de 1340 a.C., após quatrocentos anos de escravidão no Egito, quando então foram conduzidos por Moisés até a Terra Prometida. Por isso, em hebraico páscoa significa Pessach (passagem). O episódio histórico é narrado na Bíblia, nos livros do Êxodo e Pentateucos. A data remete também à ressurreição do nosso senhor Jesus Cristo, e é comemorada após a lua cheia, durante o equinócio da primavera no hemisfério norte. Por “efeito demonstração”, na linguagem econômica, a Páscoa tem sua recíproca sul-equatoriana no outono do hemisfério sul.
O ciclo lunar não coincide exatamente com o ciclo solar de 365 dias e 6 horas; por isso a data da Páscoa varia a cada ano, e pode ser celebrada entre 22 de março e 25 de abril. Durante a Quaresma, período iniciado na quarta-feira de cinzas, os cristãos são induzidos a se absterem dos prazeres mundanos e gastronômicos, para se concentrarem na oração, no jejum e na caridade como um “aperitivo” para celebrar a Páscoa. Finalizada a Quaresma, a Páscoa é iniciada no Domingo de Ramos, que relembra a entra de Jesus em Jerusalém, seguido pela Última Ceia, a Crucificação e a Ressurreição de Jesus Cristo. Na “Última Ceia”, Jesus e os seus discípulos afiançaram a “comunhão do corpo e do sangue”, simbolizados pelo pão e pelo vinho. À parte o jejum, a “Ceia” é representada na Páscoa pela mesa farta, regada à boa bebida. Oremos, pois!
Mas, o que dizer dos coelhinhos e ovos de chocolate? Vale lembrar que a Páscoa é comemorada há milhares de anos por diferentes povos, sendo um evento mais antigo do que o nascimento de Jesus Cristo. A celebração tem origem nos povos germânicos e celtas em louvor à Ostara, Deusa da primavera, da fertilidade e do renascimento, sendo incorporada posteriormente à cultura cristã pela igreja católica. Segundo a Bíblia, supostamente Jesus teria participado de várias celebrações pascais. As escrituras mencionam que Jesus, ainda com doze anos de idade, acompanhou os seus pais, José e Maria, para comemorar a Páscoa.
A fertilidade e o renascimento foram associados aos coelhos e ovos, respectivamente, devido à virilidade dos primeiros, e o símbolo da ressurreição dos segundos. Na tradição europeia, ovos de patos, marrecos e galinhas são pintados e escondidos, para serem achados pelos membros da família. O costume dos ovos decorados continua presente nos dias atuais. Daí a confusão proposital promovida pelo mercado de consumo entre coelhos, ovos e chocolate, “tudo junto e misturado”. E terminou com o coelhinho ficando de saia justa. Para os mais desavisados os coelhos botam ovos, que na páscoa são de chocolate. São tantos ovos de páscoa, e de todos os tamanhos, que inundam lojas e supermercados, do piso ao teto, restringindo o espaço e dificultando o caminhar dos fregueses.
Todavia, a Páscoa no Brasil está sofrível com os preços das mercadorias nas alturas. Portanto, inalcançáveis pelas famílias cristãs e simpatizantes da causa. Os ovos e coelhos de chocolate estão com custos estratosféricos. Para seguir a moda européia, como fuga da inflação, os ovos de galinha também estão proibitivos. A ideia é substituir tanto o chocolate como a proteína avícola por ovos de cerâmica ou bolas de gude.
Mas, nem tudo está perdido.
Páscoa é renovação da fé e da esperança. Como reza a tradição, a orientação cristã é consumir peixe. Mas, os pescados também estão com preços astronômicos. E agora, José?
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