Passos de Bolsonaro levam para embaixada americana ou argentina

Pedindo escusas aos leitores de Notibras pela sequência de narrativas factuais sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, informo que a razão é profissional: por força do hábito, eu estava na hora, no local e no episódio certo. São os ossos do ofício. Para quem usou e abusou do outrora glamouroso e hoje banalizado clichê “eu te amo meu Brasil”, o ex-presidente Jair Bolsonaro bem que poderia se mirar em um outro bordão, pedir um tempo a seus fanáticos seguidores e, quem sabe, seguir o caminho do quase ex-deputado Eduardo Bolsonaro. Reitero que a diferença é que Jair teria de seguir para os braços de Morfeu, também conhecido por Donald Trump, via Paraguai ou Argentina, do cabeludo destrambelhado Javier Milei.

O lugar-comum a que me refiro foi popularizado pelo apresentador Raul Gil e sugere aos chatos e derrotados para que peguem seu banquinho e saiam de mansinho. Feito isso, certamente poucos perceberão, mas muitos agradecerão. Embora a defesa do mandatário derrotado em 2022 negue, o asilo em uma embaixada “amiga” não é descartado. O fato a ser analisado é que o destino de Jair Bolsonaro foi traçado na maternidade. O mesmo digo dos planos bolsonaristas para este ano e, principalmente, para 2026. Por exemplo, após ter sido transformado em réu na denúncia sobre tentativa de golpe, a anistia aos bandoleiros golpistas de 8 de janeiro de 2023 subiu, desceu, subiu novamente no telhado e, agora, parece ter despencado ladeira abaixo.

Ainda que achem o contrário, a Justiça brasileira, particularmente o ministro Alexandre de Moraes, vem cumprindo rigorosamente o papel que lhe cabe constitucionalmente. É patética a ideia de transformar Moraes em vilão quando a vilania foi sabidamente provocada, incitada e executada por aqueles que o acusam. Também patética é a sugestão brasileira para parlamentares norte-americanos ligados a Donald Trump para tomar medidas contra o ministro e “seus cúmplices”. Uma pena, mas é o que eles têm para hoje, amanhã e 2026. Mesmo com muito esforço, talvez não cheguem com gás até 2030.

Com todo respeito aos deputados da patriotada, mas se há cúmplices eles não estão vinculados a Xandão, muito menos aos ministros da 1ª. Turma do Supremo Tribunal, os quais, em breve, decidirão por quanto tempo, onde e quando Bolsonaro começa a cumprir sua pena. Lembro que não foram eles que atacaram a democracia. Sobre os policiais federais alvos de deputados dos Estados Unidos, vale destacar que todos agiram estritamente de acordo com os rigores da lei. Ou seja, não há o que temer diante das evidências. Ainda mais patético é anunciar que vão impedir Moraes e demais ministros e policiais de pisar em solo americano.

Fora Eduardo Bolsonaro e os fugitivos do seu grupelho, quem, em sã consciência, se predispõe a um eventual encontro com Trump? Muito poucos. O presidente dos EUA e seus seguidores do Congresso não fazem parte da Santíssima Trindade. Por isso, sugiro aos bolsonaristas enroscados até a alma na rede da Justiça que parem de endeusá-los. Eles não apitam no dia a dia do Brasil. Aproveito para lembrá-los que o patriotismo defendido pela súcia bolsonarista não é ideologia política. Com Lula, Alckmin ou Lula lá, o bem da nação deve estar sempre em primeiro lugar.

Apesar de um filho ter fugido da luta, o Brasil continua de pé e muito melhor do que esteve na época dos críticos sem causa. Sem argumentos para desqualificar tudo que está posto na denúncia aceita pela 1ª. Turma do STF, os arautos da honestidade (?) optaram por desqualificar Xandão, cuja reluzente calvície comprova que ele não tem medo de tipos feios por natureza, tampouco daqueles que parecem um paciente em pleno exame de colonoscopia. Os “algozes” de Xandão não têm história. Por isso, vivem contando histórias dos outros. São os “patriotas” que garantem a Donald Trump que o Brasil do tempo deles era um país democrático. Pode ser, desde que não se exija prova dessa democracia.

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*Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978