Numa das extremidades do charmoso Pátio de São Pedro, no coração do Recife, está o restaurante Acauã, uma verdadeira joia gastronômica que Rodrigo, um pernambucano apaixonado por sua terra, decidiu manter, recebido dos tios. O Pátio, conhecido por seu passado histórico e pelas belas construções coloniais que o cercam, ganhou uma nova alma com a chegada do Acauã, que rapidamente se tornou um ponto de encontro para quem busca uma experiência autêntica.
Rodrigo, com um sorriso caloroso e um sotaque que entrega suas raízes, sempre sonhou em trazer à tona a riqueza culinária do Nordeste, unindo tradição e inovação, seguindo os passos dos tios, de quem herdou a casa. O Acauã não é apenas um restaurante; é uma extensão de sua paixão e orgulho por tudo que a cultura nordestina tem a oferecer.
O cardápio, cuidadosamente elaborado, reflete essa essência: pratos como o baião de dois, carne de sol com nata e o famoso escondidinho de macaxeira dividem espaço com bebidas típicas como a caipirinha de caju e a tradicional cachaça artesanal.
O ambiente do restaurante é um convite à nostalgia. As paredes são decoradas com fotos antigas de feiras nordestinas, e o som do forró pé de serra, que sempre toca ao fundo, faz com que qualquer um se sinta em casa. Às sextas-feiras, o Pátio ganha vida com apresentações de trios de forró, que transformam o jantar em uma festa regada com muita dança e alegria. Rodrigo, sempre com as portas do Acauã abertas, faz questão de cumprimentar cada cliente, contando um pouco sobre a história de cada prato, sobre as influências da culinária indígena, africana e portuguesa que contém a diversidade de sabores do Nordeste.
No Acauã, cada refeição é uma viagem pelas paisagens secas do sertão, pelas feiras coloridas de Caruaru, pelos engenhos de cana-de-açúcar do interior de Pernambuco. Rodrigo trouxe não só a culinária, mas a alma do Nordeste para o centro histórico do Recife. Ele transformou o Acauã em um espaço onde os sabores, cheiros e sons se unem para contar a história de um povo que, apesar das adversidades, é conhecido por sua resistência, alegria e hospitalidade.
Aos poucos, o Acauã se tornou um ponto de encontro para artistas, turistas e moradores locais, todos em busca de um pouco do aconchego nordestino. Rodrigo conta que, ao preservar e compartilhar a cultura de sua terra, mantém viva a memória e as tradições de gerações que construíram a história do Nordeste brasileiro. E assim, com cada prato servido, ele celebra sua herança, lembrando a todos que o sabor da saudade pode ser encontrado em cada garfada no Acauã.
No Pátio de São Pedro, Rodrigo e o Acauã continuam a encantar quem busca uma experiência autêntica, mostrando que o Nordeste é muito mais do que uma região; é um sentimento, uma história e, acima de tudo, um sabor que não se esquece. Agora, uma dica: a batida (com cachaça ou vodka) de maracujá com um picolé de limão servido em copo de barro ou vidro queimado em Caruaru, é imperdível. Principalmente se tiver um prato com sarapatel ao lado.