Mera coincidência estarmos no início do Inverno e em pleno período das festas juninas. Tudo leva a calor. E Patrícia Garrote, para mostrar a que veio, colocou lenha na fogueira da sucessão da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Distrito Federal. A advogada garante que entra na disputa para ganhar, embora reconheça a força dos seus (até agora) mais fortes adversários – Thais Riedel e Délio Lins e Silva (filho).
A eleição será na segunda quinzena de novembro. A campanha será acirrada, admite Patrícia Garrote, que foi lançada como pré-candidata à presidência da OAB-DF por um grupo de notáveis advogados de Brasília. A vantagem de Patrícia, dizem seus apoiadores, é que ela não vem com as cores de influência política; e que não carrega os vícios de quem já passou ou está à frente da instituição, como Kiko Caputo e Délio, além dos seguidores de Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal, que aposta as fichas no nome de Thais Riedel.
Em razão desse bipartidarismo que impera na Ordem entre Kiko Kaputo e Ibaneis Rocha, os grupos que tentam se enquadrar na terceira via, geralmente, lançam movimentos para buscar conhecer os problemas da advocacia e se opor à velha política, como se a OAB pudesse ser partidarizada. É fato que até agora deputados, senadores e até mesmo governadores se intrometem na disputa eleitoral, mas é certo também que depois cobram favores em razão de seus apoios. E assim, a classe se torna um puxadinho dos políticos em busca de influenciar as decisões da Ordem.
Porém, os tempos são outros. É o que se depreende em conversa com Patrícia Garrote. É preciso deixar para trás uma época em que a ingerência político-partidária na direção da OAB/DF, muitas das vezes, causavam prejuízos para toda a advocacia e a sociedade.
É esse quadro que se vislumbra na disputa entre os pré-candidatos à presidência da OAB da capital da República. Não é de hoje que pré-candidatos lutam por uma Ordem verdadeiramente independente, como ocorreu na eleição de 2015, em que Paulo Roque fez sua pré-campanha pregando uma instituição sem rédeas em mãos alheias.
A advogada Patrícia Garrote vem sendo alicerçada em sua caminhada pelo autodenominado Movimento Por uma Nova Ordem. Sinônimo de mudanças, a pré-candidata assim se manifestou em reunião com seu grupo:
a) a classe da advocacia vem observando que o bipartidarismo que há anos alterna o poder da OAB-DF entre Ibaneis e Kiko Caputo, desrespeita o princípio que rege a Ordem de independência, cujo objetivo é ter liberdade para cumprir o seu papel social.
b) há anos assistimos a realidade de que, quando não são eles os candidatos, são pessoas indicadas por eles e que, no final, em vez de prestar atenção aos advogados, ficam pagando favores aos apoiadores políticos durante a gestão.
c) eu não acredito que com um orçamento gigante como tem a Ordem não seja possível atender os anseios de toda a advocacia. Eu acredito que com uma gestão voltada para a classe veremos muita coisa mudar.
d) na gestão de Ibaneis Rocha, houve relatos de omissão da entidade quando ocorreu a greve do Judiciário. Na ocasião se falou que, como o governador, na época, era advogado do Sindicato do Judiciário, havia conflito de interesses. Essa omissão acabou prejudicando a classe.
e) com o grupo de Kiko Caputo, em que Délio é o seu pupilo, não foi diferente. Fez-se da Ordem palco para a dança das cadeiras. Os comentários, embora baseados em cima de meras suposições, são de que Délio, na gestão de Kiko, teve cargos no governo do petista Agnelo Queiroz, e a esposa dele acabou assumindo a vaga. Há de se recordar ainda que, nesta gestão, Délio só rompeu com Ibaneis em fevereiro deste ano, visto que entramos no ano eleitoral da OAB.
Assim, observa a advogada Patrícia Garrote, “respondi ao meu grupo que atenderia ao chamado, desde que não nos cerquemos nem nos tornemos um punhado de políticos profissionais que exploram a classe em benefício de si próprios. Quero uma OAB amiga da advocacia, inclusive, acolhedora, com a Casa aberta a todos, sem inimizades, sem importar se é opositor ou apoiador.”
Ao aceitar o desafio que se coloca à sua frente, a pré-candidata garantiu que seguirá “que seguirá o caminho da vitória, da esperança, da força de ambos os gêneros para entrar no páreo e ser a primeira candidata a derrotar os políticos profissionais que confundem a Ordem; venho para servir a classe da advocacia, cuidando da saúde, das prerrogativas, dos anseios e dores de todos, prometendo lutar incansavelmente pela sociedade contra a corrupção e a impunidade”.
Em novembro, quando a eleição para a OAB chegar, estaremos no auge da Primavera. É a estação das flores. E das mulheres vitoriosas, empoderadas, que não têm medo de lutar pelos direitos da sua categoria e da sociedade como um todo. A advogada Patrícia Garrote é sinônimo disso tudo.