Patrícia perde força mas chega ao México com ventos de 265 km/h
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emO furacão Patrícia, a tempestade mais forte já registrada no continente americano, diminuiu sua força levemente na noite de sexta-feira, antes de atingir a costa do Pacífico, no México, com ventos de ao menos 265 quilômetros por hora.
Imagens de satélite do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos mostraram o oloho do poderoso furacão atingindo a costa a cerca de 72 quilômetros ao norte de Manzanillo, um pequeno resort turístico, e alguns quilômetros ao sul de Puerto Vallarta, um grande resort.
O Centro Nacional de Furacões dos EUA estimou ventos de no máximo 265 quilômetros por hora na hora da chegada ao continente, apesar de o Centro Climático do México ter medidos ventos a 305 quilômetros por hora.
A tempestade perdeu um pouco da força, comparado com o começo da sexta-feira, quando tinha ventos de no máximo 321 quilômetros por hora e rajadas de 402 quilômetros por hora – fortes o suficiente, segundo as autoridades, para atingir aviões. Assim que chegasse ao continente, era esperado que a força do furacão diminuísse rapidamente, à medida que alcançasse as montanhas de Sierra Madre, no México.
Os mexicanos postaram imagens na Internet de ventos atingindo o litoral perto de Manzanillo, balançando fortemente palmeiras e destruindo as placas nas estradas. Ondas de quatro a seis metros atingiram a costa, de acordo com o governo. Não houve relatos de feridos.
Uma autoridade do México afirmou que a área da costa do Oceano Pacífico pode receber quase 40% da média anual de chuvas em apenas dois dias.
“Nós nunca vimos nada como isso”, disse Roberto Ramírez, chefe da Agência Nacional Climática do México, para o canal de televisão Milênio.
O trecho de terra entre Manzanillo e Puerto Vallarta é ponteada por pequenos hotéis e resorts, mas não há grandes centros populacionais.
“Esta parte da costa do México é pouco povoada, então os impactos dos fortes ventos – que estão concentrados em uma pequena área – podem ficar limitados a atingir algumas pequenas cidades e vilarejos, mas sabemos que esse certamente não é um evento qualquer para as pessoas que vivem lá”, disse Mark Bove, meteorologista, pesquisador da Munich Reinsurance America.
O maior risco pode ocorrer após a chegada do furacão ao continente. “Uma grande parte do México estará em risco de chuvas torrenciais e deslizamentos de terra, à medida que o furacão Patrícia move-se para o norte, e potencialmente, isso pode causar mais danos do que os próprios ventos”, ele disse.
As autoridades do país declararam situação de emergência em três estados da costa do país, Jalisco, Nayarit e Colima, fechando escolas e pedindo aos residentes para tomarem precauções, como armazenar comida, água e lanternas.
O governo do México afirmou que cerca de 3.500 pessoas foram evacuadas da região em 150 ônibus e três voos que saíram de Puerto Vallarta. Centenas de outras pessoas foram colocadas em abrigos.
O furacão Patrícia também pode tornar-se um problema para o estado do Texas, nos Estados Unidos. Modelos de previsão indicam que após a tempestade atingir o continente, resquícios da tempestade tropical devem provavelmente contribuir para as fortes chuvas torrenciais que já estão atingindo o Texas, mesmo sem o furacão.