Pau no Gato racha OK FM e atinge cabeça, costelas, língua e até a alma de Toninho Pop
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emO ‘Pau no Gato’ está recolhido. Mantém o fôlego e acumula energia renovada para logo voltar ao ar. Saiu do ar junto com o programa Retrato Falado, da OK FM, nesta segunda-feira, 19. Foram longos meses de uma frutífera experiência.
Pau na cabeça, nas costelas, na língua e até na alma dos corruptos. Palavras do povo, que fez do Retrato Falado um programa líder de audiência na capital da República. Graças ao seu feitio popular, direto e visceral nas vozes do âncora Mino Pedrosa e dos competentes Lindauro Gomes e Josiel Ferreira.
O convite para que esse revolucionário programa fosse ao ar partiu diretamente do empresário Luiz Estevão, proprietário da Rádio OK FM. Um pacto foi firmado: liberdade de expressão e a intenção de mostrar Brasília como ela é, de verdade.
Mas, como na vida sempre há espinhos e ovelhas negras, o Retrato Falado entrou em rota de colisão com o radialista Toninho Pop, sócio (oculto ou laranja, sabe-se lá como definir) do ex-senador Gim Argello. Como elo de ligação da dupla, o filho.
Toninho Pop, radialista conhecido também por suas mazelas, com proezas pouco republicanas, assustou-se com o sucesso dos novatos. Acuado por seus amigos e patrocinadores fantasmas, Toninho Pop proibiu notícias-verdades envolvendo nomes de quem está por trás dele. Proibiu, mas não lhe foram dados ouvidos.
E Toninho Pop, de cima dos seus mais de 30 anos de experiência em rádio, âncora do programa Cabeças da Notícia, se viu vencido em um jogo limpo. Pau na cabeça, nas costelas, na língua e na alma do gato.
Toninho Pop ficou enciumado com o surgimento do novo. A cultura do rádio havia mudado, mas o radialista experiente ainda conservava o ranço das práticas sustentadas pelo poder político.
Para Toninho Pop, era preciso manter as aparências que tantas benesses lhe proporcionavam. Toninho Pop (pau no gato, diria o ouvinte) não podia permitir que a verdade fosse dita. Afinal, estava em jogo o que ele sempre conseguiu por debaixo dos panos, como cargos e verbas publicitárias do governo.
Com a verdade sendo dita, Toninho Pop perderia muita coisa. Inclusive a amizade com Marco Antônio Campanella, ex-diretor do DFTrans denunciado na CPI dos Transportes da Câmara Legislativa. O mesmo Campanella que empregou o filho do radialista, em troca de ter o nome citado favoravelmente no ‘Cabeças da Notícia’.
Toninho Pop é rei das artimanhas. E popularizou por onde passou e passa (como na OK FM) o pejorativo termo Jabá. E não esconde de ninguém que o ‘jabá’ está liberado pelo próprio Luiz Estevão. É o que ele diz.
Radialista do ‘pixuleco’, Toninho Pop institucionalizou o que há de mais repulsivo na imprensa livre: o ganhar por fora, para manter a boca fechada. Vendo seus interesses contrariados, vestiu-se de Maquiavel. Ardiloso, o arrendatário da emissora de Luiz Estevão mostrou seu lado mais pecaminoso.
Responsável pela grade de publicidade da OK FM,Toninho Pop, traiçoeiramente, inseriu no horário do Retrato Falado propagandas promocionais e institucionais do Governo do Distrito Federal. Jogou sujo, na tentativa de confundir a opinião pública. Afinal, como ter propaganda de alguém que é vítima constante do pau no gato?
Quem é sério, não vende o silêncio. Não se entrega por um almoço, um happy hour. Nem todo mundo é como Toninho Pop. Ele agora sabe disso. Profissionais sérios (coisa que Toninho Pop não é) não aceitam insinuações.
O jogo sujo engendrado por Toninho Pop foi desmascarado ao vivo, na manhã desta segunda, 19. O radialista foi surpreendido quando Mino Pedrosa, jornalista e âncora do programa Retrato Falado, despediu-se dos seus ouvintes alegando deformação de caráter de Toninho Pop, contumaz em atitudes sorrateiras para denegrir a imagem de quem nada deve, nada teme.
Toninho Pop vai continuar recebendo jabá que alimenta o seu silêncio na OK FM, com o conhecimento de Luiz Estevão. Quanto ao Retrato Falado, ele logo volta. Convites estão sendo analisados. Mas não se descarta que a alma limpa e leve de Mino Pedrosa se faça pluma e volte ao ar por meio de uma rádio web do QuidNovi ou NovoAgora.com.br.
O tempo é curto, é verdade. Mas os propósitos de se manter uma imprensa livre se sobreporão a todas as dificuldades. E o povo, ouvinte de Mino Pedrosa, logo vai mandar, mais uma vez, que o gato use o pau na cabeça, nas costelas, na língua e na alma de quem merece. Como Toninho Pop e os asseclas que ele esconde em troca de um jabá.
José Seabra