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Paula e Maurício descascam verdadeiro fruto do pecado

Ai, ai, ai, ai, ai! Nem te conto o que rolou por aqui na última semana. Pois é, sabe a Paula? Essa mesma, a filha da dona Fátima. Não é que ela pegou o marido com outra na cama? Pegou sim! E como pegou! Só não virou caso de polícia porque, entre mortos e feridos, todos se salvaram. Ou melhor, safaram-se, inclusive o safado do Maurício, o traidor.

Para entender o caso, é bom retornar até o último carnaval. Lá estavam a Paula e o Maurício, que jurou amor eterno para a esposa ali mesmo. Como sei? Sou testemunha quase ocular, pois estava no dia com uma amiga, que, parece, viu tudo acontecer numa das 51 mesas do Pietro’s Bar, famoso quiosque numa cidade litorânea. E, se a minha amiga não conseguiu me contar todos os detalhes, é óbvio que imaginei alguns e, não nego, talvez tenha aumentado outros tantos. Mas quem garante que não aconteceu exatamente assim? Coloco a sua mão no fogo que sim.

Paula, mulher dos seus 45, apesar de negar que tenha chegado aos 32, é casada há pelo menos 20 com o Maurício. É ou era? Não importa, pois fofoca boa não se intimida por causa de miudezas.

Combinaram passar aquela última noite de folia desfrutando uma gelada e degustando as famosas iguarias do referido estabelecimento comercial numa praia paradisíaca. Coquetel daqui, coquetel dali, eis que a Betinha, que outrora poderia ser facilmente confundida como a cocotinha do pedaço, resolveu desfilar toda aquela alegoria justamente na mesa ao lado. Pra quê? O olho comprido do Maurício, mais arregalado que jabuticaba madura no pé, cismou em fazer par com o tal pensamento do Diabo.

Não pense você que a coisa desandou de modo a causar embaraço para os presentes. É que a Paula, que de boba não tem nada, deu aquele beliscão de acordar até defunto de três dias no esposo. O homem, que vagava que nem astronauta pelo espaço, pousou rapidamente o seu foguete. Nada de se embrenhar pelos anéis de Saturno ou buscar o aconchego em outra Vênus.

O carnaval passou, mas eis que chegou a Semana Santa. E, sejamos sinceros, o Maurício parecia redimido daquele pequeno deslize. Tanto é que até fez questão de preparar o almoço da sexta-feira. Peixe, conforme reza a tradição. Tanto é que a Paula quis presentear o maridão com novidades debaixo dos lençóis, que se tornaram ainda mais aquecidos naquele dia assim que a Lua despontou no lindo céu sobre aquele lar, doce lar.

Mas não é apenas de peixe que vive o homem. E não é que o Maurício, justamente no domingo de Páscoa, caiu de boca no chocolate da Betinha? Isso mesmo! Pra você ver como é que as coisas acontecem por causa dessa ânsia descontrolada por tal iguaria. Diante da inocente maçã, o chocolate é o verdadeiro fruto proibido.

Foi um pega pra capar, mas, até onde consta, Maurício se safou com sua masculinidade intacta. Tomou alguns bons tapas na cara para deixar de ser adepto da infidelidade. Se o homem tomou tenência, não se sabe ao certo, mas parece que tem andado na linha. É que a Paula caminha todas as manhãs pela orla, mão firme no braço do gajo, que nem se atreve a tirar os olhos da areia, pois o beliscão já está preparado, só esperando a oportunidade.

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