As revelações de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras que ganhou liberdade com a delação premiada do esquema de propinas na estatal, caíram como uma bomba de fragmentação na campanha da presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição. E sobrou estilhaços para o PT e o PMDB. Os danos, no início da campanha do segundo turno, podem ser irreparáveis.
Áudios com o depoimento de Paulo Roberto foram vazados e colocador no ar pela Globonews. O PT recebia propina. “Em relação à Diretoria de Serviços, todos sabiam que eu tinha um percentual desses contratos da área de Abastecimento. Dos 3%, 2% eram para atender ao PT, através da Diretoria de Serviços”, disse Paulo Roberto.
Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência da República, disse que o escândalo da Petrobras é “o maior da história”. Em entrevista no comitê de campanha no Rio de Janeiro, o senador tucano afirmou que o governo do PT promoveu um aparelhamento sem igual da máquina pública.
“Estamos assistindo ao maior escândalo da história. Houve o aparelhamento de Estado a tal ponto de que o compromisso das instituições passou a ser com a ‘companheirada’, e não com a sociedade ou o povo brasileiro. Teremos que fazer o desmonte desse aparelhamento sem igual da máquina pública. [O escândalo mostra que] deixou de ser uma questão pessoal para se tornar uma articulação de partido. Esse castelo de cartas em que se transformou o governo do PT está desmoronando”, enfatizou Aécio.
Em Aracaju, onde cumpriu agenda à tarde, Dilma evitou comentar o escândalo. Como tem feito nos últimos dias, Dilma voltou a criticar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). “Quero aqui manifestar meu repúdio por uma fala preconceituosa de um ex-presidente”. Ela não deu entrevista aos jornalistas.
Em nota assinada pelo deputado Rui Falcão, presidente da legenda, o PT garantiu que as acusações ‘são caluniosas e que o partido repudia com veemência e indignação as declarações’.