Das 12 obras de infraestrutura viária, entre pontes e viadutos, vistoriadas pelo governo de Brasília, nenhuma apresenta risco iminente de queda. Essa é a conclusão do grupo de trabalho, criado após a queda de parte do viaduto da Galeria dos Estados, em 6 de fevereiro, para avaliar as condições de outras estruturas com a mesma idade.
Duas estruturas estão em condições ideais para uso, cinco já apresentam sinais do tempo e quatro estão listadas como prioritárias para manutenção e monitoramento.
Os que receberam melhor avaliação da Defesa Civil são dois viadutos do Eixão: o da saída do Buraco do Tatu no sentido Norte-Sul e outro sobre a via S2. Em nível intermediário, estão três viadutos do Eixo L.
“Faremos monitoramento permanente e buscaremos recursos onde for possível, caso os R$ 50 milhões da reserva de contingência não sejam suficientes”, assegurou o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio.
As inspeções foram feitas a partir de recomendação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios à Defesa Civil logo após a queda de parte do viaduto da Galeria dos Estados, no Eixão.
A Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), o Corpo de Bombeiros Militar do DF e o Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER-DF) auxiliaram a Defesa Civil nas inspeções.
Conforme o estudo, as estruturas que receberam melhor avaliação da Defesa Civil foram dois viadutos do Eixão, o da saída do Buraco do Tatu no sentido Norte-Sul e outro sobre a via S2.
Em nível intermediário, estão três viadutos do Eixo L — as tesourinhas sobre 203/204 Sul, 215/216 Sul e 215/216 Norte —, um do Eixo W — tesourinha da 115/116 Norte — e a passarela de pedestres subterrânea do Eixão na altura da 15/16 Norte.
As estruturas que precisam de intervenções a curto prazo, mesmo sem risco iminente de queda são as pontes do Bragueto, das Garças e Honestino Guimarães, além de um viaduto sobre a via N2, ao lado do Conjunto Nacional.
“Fizemos uma avaliação bem conservadora. Uma pequena fissura em algum elemento da estrutura principal, sem risco de queda, já rebaixa a nota”, disse o coordenador de operações da Defesa Civil, tenente-coronel Sinfrônio Lopes, do Corpo de Bombeiros.
O levantamento foi feito com base em normas da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit).
A outra estrutura avaliada foi o viaduto da Galeria dos Estados. A situação é classificada como crítica, mas a queda de parte dele já ocorreu e os trabalhos de recuperação estão em curso.
Todo o restante passou por escoramento e a recuperação é alvo de estudo de grupo de trabalho formado pelo Executivo local em parceria com o Clube de Engenharia, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do DF (Crea-DF) e a Universidade de Brasília (UnB).
O encaminhamento é no sentido de aproveitar parte da estrutura e fazer obras com recursos da reserva de contingência. Ainda está sendo definido se por licitação ou por contratação direta. “Estamos avaliando os custos para informar aos órgãos de controle. Em breve teremos a definição”, disse o diretor-geral do DER-DF, Márcio Buzar.
Ainda segundo Buzar, o grupo de trabalho tem uma equipe responsável por vistoriar todo o DF, para além de pontes e viadutos avaliados pela Defesa Civil. Eles vão levantar quais precisam passar por intervenções.