Luciana Kotaka
O tempo passa tão depressa que mal temos tempo de pensar em como estamos. Até pensamos, mas logo trocamos o pensamento e focamos em algo aparentemente mais importante.
Somos envolvidos pela correria da vida, uma hora estou exercendo o papel de mãe, logo cedo já preparando o café da manhã, levando os meninos para a escola, e aí sim, inicio a segunda parte do dia, vou para minha clínica.
Logo que chego já organizo o que é urgente, respondo e-mails, atualizo alguma rede social e já inicio a jornada de atendimento. Quando encerro, já é hora de recomeçar o papel materno, como buscar na escola, almoçar com eles, e tudo mais que vem no pacote delicioso de ser mãe. Eu confesso, amo ser mãe.
Sou daquelas que curte ficar agarradinha nos filhos, sentindo o cheirinho, passando a mão nos cabelos, dando beijinhos. Logo meu menininho também será um adolescente, igual ao meu filho mais velho. O mais velho, adoro conversar, contar minha vida, ouvir as histórias dele, sou mãe presente, gosto e aproveito cada minuto.
Nem todos têm essa disponibilidade, ou mesmo desejo de acompanhar de pertinho os filhos, cada um tem sua prioridade e às vezes nem tem essa oportunidade que eu tenho de montar minha agenda de forma a aproveitar o tempo com os filhos.
Não posso reclamar, tenho tempo para esses momentos, mas mesmo assim às vezes o tempo me engole, corre rápido, me envolvo em um atendimento, na preparação de técnicas para o outro, um bom livro de estudo e ainda os cafunés em meus felinos, também tenho dois.
Mas tem certos momentos que sinto que se faz necessário colocar a vida em stand bay, aí me retiro de eventos, de saídas noturnas, de rodas de amigos, quero me sentir presente comigo mesma. Esse é o meu momento, aquele que paro para avaliar quem eu sou, o que quero, o que sinto e o que farei com cada situação de minha vida, principalmente se tenho alguma pendência a resolver.
Quem não tem? Todos nós temos.
A forma com que encaramos as dificuldades que a vida nos apresenta faz toda a diferença, você pode escolher enxergá-la de forma pesada ou leve, tudo irá depender do peso que dará a cada situação.
Muitas vezes ocorrem imprevistos realmente complicados, de difícil compreensão, de muita dor, angústia e desespero, mas ainda assim quando optamos por olhar em várias perspectivas, percebemos que grande parte dessas situações podem passar de forma mais tranquila.
Por isso te convido a dar um tempo para si mesmo, pode ser alguns minutos do dia para ficar em silêncio e ouvir seu eu interno, pode ser através de um processo de terapia para se autoconhecer, ou mesmo separando um dia, um fim de semana, para ficar sozinho. Ler um bom livro, tomar um vinho delicioso, assistir um filme no Netflix ou mesmo se permitir a viajar em uma música que há tempos não ouvia.
Quando damos um tempo para nos olharmos, nos cuidarmos, nos damos o melhor de todos os remédios, o colo. Experimente, e depois venha me contar a sua experiência.