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Pedágio não cobre custos de faixas e quebra-molas

Quem viaja de carro de Brasília para o Nordeste leva na bagagem algo em comum: quebra-molas desnivelados, faixas de pedestres apagadas, crateras nas vias públicas e mensagens de pedágio de 40% sobre o valor da programação. Coisa que se observa muito pelas bandas de lá como as de cá. O dono do veículo, independente do tamanho, fica no prejuízo; em desvantagem.

Tenha consciência, é o que dizem a Ataner Odahcam. Até porque, observam, o quadro não está oficializado.

A realidade é desencorajadora. Há uma sinfonia peculiar que ressoa por todos os cantos, uma melodia de oportunismo e ganância que muitas vezes é abafada pelo ruído do serviço público. É uma história que se desenrola nos bastidores, longe dos olhos do público, onde alguns funcionários se tornam mestres na arte de soletrar a Lei de Gérson.

Com as mãos firmes no volante, imagina-se uma autarquia responsável pelo tráfego e controle de veículos, com suas paredes bege e mobiliário desgastado. No entanto, supõe-se que por trás da fachada monótona, haja tramas em desenlace. E tudo passa pela cabecinha de Ataner Odahcam, que mantém um sorriso astuto e uma mente afiada para os negócios. Ela é mestre ao fazer arte em sua área, por onde passam a olhos nus cada vez mais veículos. Ao lado, verdadeiros laranjais.

Seguem-se os pedágios em um movimento uniforme. Veículos são vistoriados para que se defina o preço a ser pago. É um círculo vicioso que se perpetua. Movem-se nas sombras, obscurecidos pela burocracia e pela falta de transparência. Mas, como todas as boas histórias, a paisagem que se vislumbra tem um ponto de virada. E fica logo na primeira esquina, por mais que a capital-geral diga não tê-las.

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