Paraíba
Pediatra pedófilo de 81 anos preso após fugir da Justiça por quatro meses
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Pediatra e pedófilo, o médico paraibano Fernando Cunha Lima, de 81 anos, acusado de estupro de crianças que eram suas pacientes, foi preso em Pernambuco na manhã desta sexta-feira (7). Ele era procurado pela Justiça desde 5 de novembro de 2024, quando a Polícia tentou cumprir um mandado de prisão preventiva, mas não o encontrou em casa.
O médico estava foragido desde então e, na quarta-feira (5), o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) emitiu um novo pedido de prisão preventiva contra ele.
Levado para João Pessoa, o médico pediatra manifestou a certeza de que não continuaria preso. Durante entrevista na Central de Polícia, ele debochou da sua prisão: “Agora, com a minha doença, eu não vou ficar preso”, afirmou. Ao ser questionado por um repórter se tinha certeza do que afirmava, ele respondeu: “Tenho certeza. Eu vou ficar só dois dias e saio”.
O médico também afirmou que era inocente e disse que estava foragido porque não queria ser preso. Ele afirmou que estava em Pernambuco porque a filha morava lá e que não se entregou antes porque os advogados não o orientaram a fazer isso. Ele também negou ter abusado das vítimas.
A primeira denúncia formal contra o médico aconteceu em 25 de julho de 2024 e partiu de uma mãe que estava no consultório e teria percebido que o médico havia tocado nas partes íntimas da filha. Após isso, ela retirou os dois filhos do local e foi até uma delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência.
Depois desta denúncia, outras vítimas recorreram às autoridades para acusar o médico das mesmas práticas. Um dos casos envolve uma sobrinha do profissional, que alega que foi violentada em 1991.
As denúncias, assim, indicam que os crimes aconteceriam há pelo menos 33 anos, já que o relato de uma das sobrinhas de Fernando Cunha Lima fala de um estupro que teria sido cometido em 1991.
As investigações da polícia apontaram que o médico atendia a maioria das vítimas desde bebês e era considerado um profissional de confiança pelas famílias. Ele atendia os pacientes em uma clínica particular no bairro de Tambauzinho, em João Pessoa.
Fernando Cunha Lima foi denunciado, inicialmente, pelo Ministério Público por quatro crimes cometidos contra três crianças, mas novas denúncias elevaram o número de vítimas para seis. Hoje, ele responde a dois processos, sendo um com quatro vítimas e outro com duas vítimas.
Desde o início das investigações, a polícia e o Ministério Público da Paraíba pediram a prisão do médico, mas tiveram todas as solicitações negadas. Somente em novembro do ano passado, os desembargadores da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba decidiram acolher o recurso do MP de forma unânime e determinaram a prisão do profissional.
A defesa do médico pretende dar entrada em um habeas corpus. Além disso, os advogados pretendem transferir a prisão de Fernando Cunha para a Paraíba.
O Conselho Regional de Medicina (CRM-PB) informou que abriu uma sindicância para apurar o caso. A Sociedade Paraibana de Pediatria disse que acompanha a apuração dos fatos pela polícia e pelo CRM.
