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Ex-deputado Pedro Corrêa bate no peito e assume que propina do Petrolão para PP foi com ele

O ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), preso pela Operação Lava Jato, afirmou em interrogatório nesta quarta-feira, 26, que são inocentes seus filhos, a ex-deputada Aline Corrêa (PP-SP) e Fábio Corrêa, a nora Márcia Danzi e o ex-funcionário de seu gabinete na Câmara Ivan Vernon – todos réus, como ele próprio, em ação penal por corrupção e lavagem de dinheiro. Diante do juiz federal Sérgio Moro, o ex-deputado fez um esclarecimento inicial, mas depois ficou em silêncio durante toda a audiência.

“Estou sendo acusado com outras pessoas, e eu quero dizer que essas outras pessoas não têm nenhuma responsabilidade nos fatos. Eu assumo a responsabilidade de todos os fatos”, afirmou o ex-parlamentar, acusado pelo Ministério Público Federal de ter recebido pelo menos R$ 40,7 milhões em propinas, entre 2007 e 2014. “Dizer que meu filho, o réu Fabio Corrêa de Oliveira Andrade Neto, a ré Aline Lemos Corrêa de Oliveira Andrade, a ré Márcia Danzi Russo Corrêa e o réu Ivan Vernon, eles faziam apenas, cumpriam as determinações que eu mandava. Eu é quem era a pessoa que tratava dos assuntos referentes às imputações que estão sendo feitas comigo através do Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobras), do Alberto Youssef (doleiro).”

Moro perguntou a Pedro Corrêa se ele estava confessando os crimes que lhe são imputados. “Não é uma confissão”, disse o ex-parlamentar. “Eu estou assumindo a responsabilidade de que os outros réus não têm nada a ver com isso. Eu assumo a responsabilidade.”

Condenado no Mensalão, o ex-parlamentar estava em regime semiaberto em Pernambuco. Pedro Corrêa foi detido em 10 de abril na Operação A Origem, desdobramento da Lava Jato, e cumpre prisão preventiva em Curitiba.

O delator Rafael Ângulo Lopez, ex-faz-tudo do doleiro Alberto Youssef, afirmou à Justiça Federal na segunda-feira, 24, que entregava todo mês até R$ 200 mil em dinheiro vivo para Pedro Corrêa. As entregas ocorriam, geralmente, em três lugares: escritório de Youssef, em São Paulo, residência do ex-parlamentar, em Recife, e no apartamento funcional da Câmara ocupado por Pedro Corrêa em Brasília. A longa rotina das propinas, segundo Ângulo, se estendeu desde 2007 até 2014, ou seja, inclusive no período em que Corrêa foi processado, julgado e condenado no Mensalão.

“Eu não estou dizendo que eu cometi (corrupção e lavagem)”, declarou Pedro Corrêa ao juiz Moro. “Estou dizendo que eles (seus filhos, nora e funcionário) não participaram. Eu vou me defender, vou ter a defesa. Agora, que eles não têm participação, que essa participação é única e exclusiva minha. Eles não têm nenhuma participação. Se Fábio recebeu algum dinheiro, fui eu que mandei. Se depositou algum dinheiro na conta dos meus funcionários ou de outros filhos ou de minha nora, fui eu que mandei. Eles não têm nenhuma participação sobre o fato.”

O magistrado questionou se o ex-deputado responderia perguntas sobre sua responsabilidade. “Vou permanecer em silêncio”, disse Pedro Corrêa. “Se provar que eu fiz alguma coisa, apenas são pessoas a quem eu determinava que fizessem.”

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