Curta nossa página


Ameaça nuclear

Pequim acusa Washington de ver chifre em cabeça de cavalo

Publicado

Autor/Imagem:
Bartô Granja, Edição

O Ministério da Defesa da China divulgou neste domingo documento criticando o relatório dos Estados Unidos, publicado na última sexta-feira (2), que considerou Pequim como potencial adversário nuclear. No comunicado, o governo chinês diz que os EUA devem reduzir seu próprio arsenal, bem maior que o chinês, e promover a estabilidade regional.

O ministério da Defesa da China afirma que o arsenal nuclear chinês conta com o “nível mínimo” necessário para a segurança dos chineses e que o país se compromete a jamais ser o primeiro a utilizar armas nucleares “sob quaisquer circunstâncias”.

A ala militar do Partido Comunista chinês, o Exército Popular da Liberação, tem o quinto maior arsenal nuclear do mundo, com 300 ogivas, de acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo. Estados Unidos e Rússia contam com cerca de 7 mil ogivas cada, aproximadamente 20 vezes mais do que Pequim.

A revisão da estratégia nuclear dos EUA declara diz que Washington busca evitar que o governo chinês interprete equivocadamente ser aceitável algum uso de armas nucleares, ainda que limitado. Em resposta, o porta-voz do ministério chinês Ren Guoqiang declarou que “firme oposição” ao documento norte-americano. O comunicado divulgado hoje pela China diz ainda que a paz mundial e o desenvolvimento “são tendências irreversíveis” e convocou os EUA a trabalharem junto com o país para “salvaguardar a paz, a estabilidade e a prosperidade na região e no mundo”.

Ainda no relatório, os EUA aprovaram a manutenção de acordos de controles de armas do país e a adesão ao tratado “Novo Começo”, que impõe aos norte-americanos e à Rússia o limite de 1.550 ogivas nucleares estratégicas em no máximo 700 lançadores. Os EUA afirmam que estão em conformidade com o documento deste agosto de 2017 e que esperam que a Rússia cumpra o prazo do acordo, que é segunda-feira.

A China tem adotado medidas e feito comentários ameaçadores dirigidos ao Japão, Coreia do Sul e sudeste asiático a fim de pressioná-los na disputa por ilhas e extensões do oceano. Em dezembro, a China enviou bombardeiros e aviões de combate para sobrevoar próximo a Taiwan, ilha e cidade-Estado reivindicada por Pequim como seu território. Aviões de guerra chineses também se aproximaram do espaço aéreo sul-coreano e japonês, o que fez o Japão autorizar o envio de jatos de combate para interceptá-los.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.