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Rússia x Ucrânia

Pequim adverte Washington para ficar longe da fogueira da guerra

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Antônio Albuquerque, Edição - Foto Reprodução

Pequim promete manifestar nos próximos dias sua posição oficial sobre a guerra travada entre russos e ucranianos. A Rússia e a China têm um acordo de cooperação total nas mais diferentes áreas, como economia, cultura, esportes… e conflitos armados. E neste domingo, 19, houve uma sinalização da chancelaria chinesa acerca do que pode-se esperar pela frente: de imediato, os Estados Unidos devem parar “de jogar lenha na fogueira” da crise, segundo revelou um alto funcionário do Partido Comunista da China na Conferência de Segurança de Munique 2023, encerrada horas antes.

O representante do governo chinês deixou clara sua insatisfação com o fato de Washington estar ‘alimentando o conflito na Ucrânia’, ao coordenar, junto com a União Europeia, ações para mandar armamentos pesados para serem empregados por Kiev contra Moscou. Em reunião com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, o chefe do Gabinete Central de Relações Exteriores do Partido Comunista da China, Wang Yi, enfatizou que “como uma grande potência, os EUA devem contribuir para uma solução política para o crise, não coloque lenha na fogueira e procure oportunidades para se beneficiar dela.”

Segundo Wang, a China manteve uma posição construtiva em relação à crise na Ucrânia e apoiou o processo de negociação. Wang também salientou que Pequim “nunca tolerará instruções dos EUA ou mesmo ameaças de pressionar as relações russo-chinesas”. Até o final do mês, pontuou, a China dará sua posição sobre a guerra.

“Na questão da Ucrânia, a posição da China se resume a apoiar as negociações de paz. Apresentaremos um documento sobre a posição da China sobre a solução política da crise na Ucrânia e permaneceremos firmes do lado da paz e do diálogo”, ressaltou. Já o Departamento de Estado norte-americano disse em um comunicado à imprensa que durante as conversas com Wang, Blinken “alertou sobre as implicações e consequências se a China fornecer apoio material à Rússia ou assistência na evasão de sanções sistêmicas”.

Na visão de analistas internacionais, Washington acredita que Pequim pode estar fornecendo assistência militar não letal a Moscou para uso na Ucrânia e que o governo Biden está preocupado que a China considere enviar ajuda direta, como mísseis de longo alcance. Pequim, porém, não admite essa desconfiança. E garante que sequer fornece coletes a prova de balas para o exército russo.

Os americanos e seus aliados europeus adotaram uma série de pacotes de sanções contra a Rússia logo após o lançamento de sua operação militar especial na Ucrânia, após pedidos das repúblicas de Donbass para protegê-los dos ataques de Kiev. Além das sanções, os países ocidentais aumentaram sua assistência militar ao regime de Zelensky em um movimento que Moscou adverte que aumentará ainda mais o conflito na Ucrânia. Para se contrapor ao auxílio de americanos e europeus, os russos indicaram que podem atacar Kiev, capital ucraniana, com mísseis de alta capacidade de destruição.

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