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Pequim monta bases militares em áreas do Pacífico

Pequim vem intensificando sua presença diplomática e naval no Oceano Pacífico para combater os EUA, que também está em processo de renovação de seus compromissos de tratados com outras nações do Pacífico como parte da ‘Estratégia Indo-Pacífico’.

Um pacto de “cooperação de segurança” proposto entre a China e as Ilhas Salomão prevê que os navios chineses realizem “reabastecimentos logísticos”, “escalas” e “transição” na nação do Pacífico, de acordo com um rascunho vazado pela imprensa chinea.

De acordo com o documento veiculado nesta quinta, 24, “forças relevantes da China podem ser usadas para proteger a segurança do pessoal chinês e grandes projetos” nas Ilhas Salomão.

O pacto proposto também afirma que o governo das Ilhas Salomão poderia solicitar que Pequim envie sua polícia armada, militares, forças armadas e outros agentes da lei nas Ilhas Salomão para realizar várias missões relacionadas à segurança ou humanitárias.

A doutora Anna Powles, especialista neozelandesa em geopolítica do Pacífico, calculou que o fechamento do pacto de segurança também significaria que logística e suprimentos estariam disponíveis para a Marinha do Exército de Libertação Popular (PLAN) nas Ilhas Salomão. Ela também se perguntou se isso significaria uma “base” chinesa nas Ilhas Salomão, que poderia ser a primeira de Pequim na região do Pacífico.

A minuta do pacto de segurança surge no contexto dos crescentes laços de segurança entre as Ilhas Salomão e a China. A nação do Pacífico mudou sua lealdade diplomática de Taiwan para a China apenas em 2019, após uma reunião entre o primeiro-ministro Manasseh Sogavare e o presidente chinês Xi Jinping em Pequim.

A China também é o maior parceiro comercial das Ilhas Salomão e concede acesso isento de impostos a 97% das exportações das ilhas.

Em dezembro passado, o primeiro-ministro Manasseh Sogavare convidou a tropa de choque chinesa para reprimir as manifestações violentas na capital Honiara. Os manifestantes ficaram magoados com a decisão do governo de vetar o apoio diplomático a Taiwan em favor de Pequim.

Na época, Sogavare alegou que os tumultos na capital, bem como em sua Chinatown, haviam sido “incitados do exterior”.

Policiais e militares também foram enviados da Austrália e da Nova Zelândia, entre outros países, para conter as manifestações violentas na época, conforme comunicado do governo.

Autoridades de defesa australianas na época expressaram descontentamento com a oferta de Honiara de aceitar assistência de segurança da China, alegando que o desenvolvimento poderia marcar o início de mais ajuda de segurança de Pequim no futuro.

Os EUA e seus parceiros ocidentais, incluindo a Austrália, estão envolvidos em uma forte competição geopolítica por influência entre as nações insulares do Pacífico.

Washington está atualmente no processo de aumentar as instalações militares dos EUA na região do Pacífico para combater a crescente influência de Pequim, conforme anunciado durante a Revisão da Postura Global pelo Pentágono no ano passado.

A América tem acordos de financiamento, ou os Compacts of Free Association (COFA), com a Micronésia, a República das Ilhas Marshall e a República de Palau.

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