Perillo quer usar Trem do Pequi para chegar ao Palácio do Buriti na próxima eleição
Publicado
emJosé Seabra
De todos os governadores reeleitos em 2014, há um que vai buscar, em 2018, mais um mandato. É Marconi Perillo, de Goiás, que, sentindo o gostinho de governar, pretende trocar o Palácio das Esmeraldas, em Goiânia, pelo Palácio do Buriti, em Brasília.
Tecnicamente, Perillo pode sonhar com essa possibilidade. Mesmo porque, a legislação eleitoral não impede que um governador tente mais um mandado por outro Estado. Para isso basta transferir o domicílio eleitoral para a região desejada em tempo hábil (um ano antes do pleito), e atenda aos demais requisitos da lei.
O projeto de Marconi Perillo está sendo costurado na cúpula do PSDB, e tem o aval do presidente nacional da legenda, senador Aécio Neves. Tucanos de alta plumagem também endossam a iniciativa do governador goiano, por entenderem que será um a menos a querer disputar a cadeira de Michel Temer (ou de Dilma Rousseff) daqui a dois anos.
Para consolidar a mudança de Goiânia para Brasília, Marconi Perillo usará como bandeira o Trem do Pequi, como foi batizado o projeto ferroviário ligando as duas capitais. Assim, a costura passará, obrigatoriamente, pelo Palácio do Planalto, para que Temer determine investimentos maciços, e faça a ferrovia, já aprovada pelo Ministério dos Transportes, entrar nos trilhos.
Além disso, Perillo vai propor uma ampla aliança com o PMDB brasiliense, que lançaria, nessa coligação, o ex-vice governador Tadeu Filippelli ao Senado. O PMDB também ficaria com a vaga de vice. O nome sugerido é o do deputado distrital Rafael Prudente.
Observadores políticos consideram que é viável Perillo construir seu ninho no Buriti. Mesmo porque, mais de 60% da população que habita o Entorno goiano do Distrito Federal, vota em Brasília. Só isso garantiria ao governador de Goiás meio caminho andado, a ponto de colocá-lo em um eventual segundo turno.
Em Brasília, a maior oposição vem do deputado Izalci Lucas, interventor do PSDB e que, nessa condição, responde interinamente pela presidência do partido. O deputado se opõe à ideia por ser ele mesmo pré-candidato à cadeira hoje ocupada por Rodrigo Rollemberg (PSB). Mas, como o PSDB, reitere-se, está sob intervenção, o tucano Izalci terá de cortar as asas para não perder o pescoço como peru em véspera de Natal.