A primeira-ministra do Peru, Mercedes Aráoz, declarou nesta quinta-feira (15) que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, não poderá entrar no país nem sobrevoar o espaço aéreo peruano, fechando as portas ao governante, que pretendia comparecer à oitava Cúpula das Américas, que será realizada em Lima nos dias 13 e 14 de abril. A informação é da Agência EFE.
“Não pode entrar nem no território nem no céu peruano. Ele não pode entrar (no Peru) porque não está sendo bem-vindo”, disse Mercedes à emissora Rádio Programas del Perú. A presidente do Conselho de Ministros e também segunda vice-presidente do Peru respondeu assim ao anúncio feito hoje por Maduro de que compareceria à cúpula de Lima.
Aráoz afirmou que o governo peruano retirou em novembro o convite feito ao governante venezuelano para comparecer à reunião, por ele ter rompido o diálogo com a oposição e ter convocado de maneira antecipada eleições presidenciais no seu país, marcadas para 22 de abril.
“Ele (Maduro) tem que entender que não queremos recebê-lo no Peru”, acrescentou Aráoz, cujo governo é um dos 12 integrantes do Grupo de Lima, que na terça-feira (13) rejeitou a presença de Maduro na Cúpula das Américas, a pedido do Peru, país anfitrião, requerimento que foi respeitado pelos demais membros.
O Grupo de Lima foi criado em agosto de 2017 pelo Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru, diante da impossibilidade de aprovar resoluções sobre a Venezuela na Organização de Estados Americanos (OEA) por causa do bloqueio de países caribenhos. Posteriormente se uniram ao grupo a Guiana e Santa Lucía, tendo a iniciativa sido avalizada também por Barbados, Estados Unidos, Granada, Jamaica e Uruguai.
Convite recusado – Apesar da rejeição a Maduro, o presidente da Venezuela garantiu hoje (15) que recebeu do colega peruano, Pedro Pablo Kuczynski, “várias cartas”, a última “ontem às 4h da tarde “convidando-o à Cúpula das Américas. “Querem repetir com a Venezuela o mau-trato que deram à nossa irmã Cuba. São como loucos”, expressou Maduro sobre o Grupo de Lima que, segundo ele, “entrará para a história da indignidade”.
A primeira-ministra peruana considerou que Maduro desrespeitou “todas as regras de jogo” no diálogo que o chavismo mantinha com a oposição na República Dominicana. Ela também acusou o governante bolivariano de romper as conversas com os opositores mediante a convocação de eleições adiantadas, o que considerou “algo totalmente alheio a uma prática democrática porque, com isso, impede que a oposição possa participar em igualdade de condições do processo eleitoral”.
As eleições presidenciais venezuelanas foram decretadas em 15 de janeiro pela Assembleia Constituinte, órgão plenipotenciário formado só por chavistas e cuja legitimidade não é reconhecida pela oposição e por vários governos, entre eles os dos países que integram o Grupo de Lima.
O Grupo de Lima foi criado pelo Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru, diante da impossibilidade de aprovar resoluções sobre a Venezuela na Organização de Estados Americanos (OEA) por causa do bloqueio de países caribenhos.