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Reguffe pé no chão deixa sucessão em banho-maria

Quem pensou que a disputa para as eleições majoritárias no Distrito Federal fossem ficar no popular “feijão com arroz”, pode se preparar para contemplar o serviço de um banquete cujo “plat de resistance” poderá ser um indigesto sarapatel de cachorro doido. Pelo menos, esse é o menu que se elabora no momento.

Apenas para se ter uma ideia, do último final de semana para cá, três novas pré-candidaturas ao senado estão sendo avaliadas: Paulo Octávio (PSD), Gim Argello (Pros) e Damares Alves (PR). Diga-se de passagem, que as pretensões desses atores políticos são plenamente legítimas. No entanto, os movimentos político-partidários nem sempre refletem fielmente o fato exposto.

Há quem diga que Damares entra no game apenas para ajudar o presidente de seu partido, deputado Marcos Pereira, a conquistar a primeira suplência de Flávia Arruda (PL), que por sua vez, já recebeu o declarado apoio de Jair Bolsonaro. Não parece razoável que Bolsonaro passe a estimular a concorrência entre candidaturas de um mesmo campo político. Porém, o astuto líder dos Republicanos, como um craque na prática do “é dando que se recebe”, sabe prever muitas jogadas pela frente, assim como um mestre enxadrista que pode sacrificar sua rainha (Damares) para anunciar o xeque-mate.

No caso do empresário Paulo Octávio, cujo nome sempre está bem pontuado nas pesquisas de opinião, lhe falta convicção para o enfrentamento das urnas. P.O., que preside o PSD no Distrito Federal, tem apetite para as eleições, é capaz de levar adversários a reverem planos, mas estaria disposto, em nome de uma aliança forte, a ser o enxadrista que mexe as peças do tabuleiro.

Já Gim Argello quer mesmo é voltar à cena política. No entanto, o seu Pros é uma cachoeira de problemas, vivendo uma incessante disputa jurídica para saber quem de fato manda no partido. No fim das contas, Argello é um franco atirador. Perder para o senado é menos traumático do que não ser eleito para deputado federal ou distrital; e daqui a quatro anos teremos novas eleições , quando, aí sim, ele poderá medir o seu tamanho político e se organizar para conquistar um mandato.

Sob uma outra perspectiva, nada pode ser descartado, nem mesmo o direito de interpretar que o lançamento dessas pré-candidaturas se prestariam a uma grande construção palaciana para que Flávia Arruda desista da disputa ao Senado e passe a assumir a candidatura ao governo do Distrito Federal. Nesse caso, Ibaneis Rocha teria que formar sua chapa em outros horizontes.

O responsável por esse jogo truncado atende pelo nome de Antônio Reguffe. Na condição de dono do tabuleiro e com a vantagem de contar com duas rainhas (eventualmente a deputada Paula Belmonte, do Cidadania, e a senadora Leila Barros, do PDT), o senador do União ainda tem outro ponto a seu favor: jogará com as brancas, fortificado por torres, rodeado por cavaleiros, com a bênção de bispos e um grupo de pões como escudeiros.

Resta saber quando (e se) ele dará o lance que iniciará o jogo político que terá como troféu, para o vencedor, o Palácio do Buriti.

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