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Pesca predatória coloca em risco de extinção o predador dos mares

Uma pesquisa abrangente realizada em quase 400 recifes de coral em todo o mundo mostrou declínios significativos em cinco espécies principais de tubarões, revelando que estão enfrentando um risco muito maior de extinção do que se acreditava anteriormente.

Nos últimos 50 anos, as populações de espécies de tubarões de recife caíram de 60% a 73%, determinaram os pesquisadores.

As descobertas são preocupantes não apenas pela perda dos predadores de ponta, mas também pelo impacto potencial na cadeia alimentar marinha e nas comunidades costeiras que dependem de ecossistemas marinhos saudáveis ​​para seu sustento.

“A situação é realmente assustadora para nós, cientistas que trabalhamos com tubarões”, disse Mario Espinoza, biólogo marinho da Universidade da Costa Rica e coautor do artigo.

A principal causa do declínio das populações de tubarões é a sobrepesca desenfreada. A sopa de barbatana de tubarão, uma iguaria servida nas comemorações, deu origem à prática do shark finning, em que os pescadores removem as barbatanas e descartam o resto do corpo. Embora os EUA tenham proibido a venda de barbatanas de tubarão, elas ainda têm um preço alto nos mercados internacionais.

Além disso, as frotas pesqueiras inadvertidamente contribuem para o declínio ao visar as presas de tubarões em algumas áreas.

A pesquisa foi realizada com a implantação de câmeras GoPro e iscas em recifes em todo o mundo, capturando mais de 20.000 horas de filmagem. Uma equipe de pesquisadores e voluntários analisou meticulosamente as imagens, concentrando-se em cinco espécies principais de tubarões: tubarões-de-recife-do-caribe, tubarões-enfermeira, tubarões-cinzentos-de-recife, tubarões-de-pontas-pretas e tubarões-de-pontas-brancas-de-recife.

A ausência de tubarões levou à proliferação de espécies de raias, que se tornaram os predadores dominantes nessas áreas. No entanto, as raias não podem substituir totalmente o papel dos tubarões, e a ausência de tubarões interrompe as redes alimentares oceânicas e a biodiversidade nos recifes de coral.

Pesquisas anteriores já alertaram que um terço de todos os tubarões, raias e espécies relacionadas correm risco de extinção. Para resolver esta questão, os esforços de colaboração entre os países são essenciais. Países como a Costa Rica estão trabalhando com Equador, Colômbia e Panamá para expandir e conectar áreas marinhas protegidas no Pacífico, facilitando a migração de tubarões, baleias e tartarugas marinhas entre regiões ecologicamente ricas.

Proteger os tubarões enfrenta desafios devido à sua reputação negativa, muitas vezes alimentada por raros incidentes de mordidas de tubarão. Essa percepção pública dificulta a implementação de políticas de conservação, tornando a superação desse obstáculo um passo crucial para a proteção bem-sucedida dos tubarões e de seus ecossistemas.

“É muito difícil que as iniciativas de conservação dos tubarões sejam bem-vindas, abraçadas, realmente implementadas”, disse Dayne Buddo, diretora de política oceânica global do Georgia Aquarium, que fez grande parte do trabalho de pesquisa na Jamaica. “Eles veem os tubarões como criaturas cruéis.”

O estudo também identificou um vislumbre de esperança, já que muitos recifes desprovidos de tubarões estão próximos de recifes mais saudáveis ​​com populações abundantes de tubarões. Ao reduzir a sobrepesca e implementar medidas de conservação, essas populações prósperas poderiam recolonizar áreas sem tubarões, oferecendo uma chance de recuperação.

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