A vontade de ir às urnas para votar, principalmente no seu neto candidato a vereador, faz de Alzira Neves dos Santos um espelho pra muita gente, principalmente para as pessoas da pequena cidade de Damianópolis, interior de Goiás, onde ela construiu a sua história de vida.
Baiana, Alzira veio pra Damianópolis nos anos 50 e na pequena cidade decidiu fazer a sua história de vida, uma história sempre pautada em ajudar os mais necessitados da cidade. Tivera 12 filhos, 10 homens e duas mulheres, tendo morte prematura os dois primeiros.
Por duas vezes, ela fora primeira dama na cidade, na dupla gestão do seu falecido marido, Jorge Moreira dos Santos, e em todas elas teve uma atuação de destaque, tanto na Saúde quanto na área social.
Sem nunca ter estudado no banco de uma faculdade, Alzira se tornara parteira, por intuição divina, acredita ela, e de suas mãos viera muitos bebês e muitos desses, hoje adultos, acreditam ter uma dívida de gratidão com ela e a reconhece por sua bondade e pela contribuição que dera pra todos. Na cidade, há, inclusive, alguns que a chamam de “Mãe Zira”, forma carinhosa de tratá-la juntando a esse tratamento amor, reconhecimento e gratidão.
Com um simples olhar e um exame prévio, ela diagnosticava a complexidade do parto, a posição do bebê, e de antemão tranquilizava a parturiente afirmando ser possível o parto na própria casa ou a encaminhava ao hospital.
Como sempre fora atuante na vida política, dada a sua característica popular e humana, mesmo o marido tendo sido prefeito, é dada a ela o crédito da ascensão política do esposo.
Assim, sabendo da candidatura a vereador do seu neto “Pedro de Elza”, e mesmo antes de saber que estava apta para votar, já garantiu ao candidato o seu voto e tem pedido aos amigos e parentes o mesmo empenho para eleger o seu escolhido.
Desta forma, em 17 de dezembro, ao chegar aos 109 anos, Alzira Neves dos Santos espera que o seu neto tenha sido eleito e que ela possa desempenhar com retidão o seu mandato tendo como exemplo o seu avô prefeito Jorge Moreira dos Santos, o maior construtor da cidade.