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Pesquisa do comércio mostra que endividamento do povo volta a subir com velocidade

Nielmar de Oliveira 

Depois de dois meses consecutivos de queda na comparação mensal, o nível de endividamento do consumidor voltou a crescer em dezembro atingindo 61,1% das famílias – resultado 0,1 ponto percentual superior aos 61% do nível de endividamento registrado em novembro e 1,8 ponto percentual superior ao de novembro do ano passado.

A constatação é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que divulgou nesta terça (22), o resultado da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).

Segundo a CNC, apesar da sazonalidade favorável do período, com o recebimento do décimo terceiro salário, todos os componentes da pesquisa apresentaram alta, aumentando a proporção das famílias que relataram ter dívidas com cheques pré-datado e especial, cartão de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal e prestação de carro e seguro.

A piora nos indicadores de endividamento e inadimplência ocorreu, segundo a economista da CNC Marianne Hansen, mesmo com a retração do consumo. “Observamos uma retração nos indicadores de consumo das famílias, sobretudo em relação aos bens duráveis, porém o aumento das taxas de juros e a redução do emprego e da renda real dos consumidores motivaram a piora nos indicadores de endividamento e inadimplência”, avaliou.

Na comparação mensal, o aumento do endividamento ocorreu somente no grupo de famílias com renda superior a dez salários. Nesta faixa de renda, a parcela de endividados ficou em 56% – alta de 1, 4 ponto percentual na comparação com novembro. Já entre as famílias que recebem menos de dez salários mínimos, o percentual teve ligeira queda, passando de 62,3%, em novembro, para 62,2% em dezembro.

A pesquisa constatou, ainda, que a proporção de famílias com contas ou dívidas em atraso alcançou neste último mês do ano o maior nível desde julho de 2012: 23,2%. Em novembro o percentual era 22,7%, e em dezembro de 2014, 18,5%.

Agência Brasil

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