Sonho embaçado
Pesquisa Quaest começa a afundar porto de Lula 4 no mar revolto de 2026
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emNo centro nervoso do poder, no Palácio do Planalto, a luz vermelha já pisca como um farol de advertência. É um sinal claro de que as marés políticas começam a mudar. O sonho de um eventual governo Lula 4, que outrora parecia sólido como granito, agora mostra rachaduras visíveis.
Esse sentimento de derrota antecipada chegou nesta segunda-feira, 27, e veio traduzido como um golpe matemático: a pesquisa do Instituto Quaest. Os números, frios e implacáveis, balançaram as estruturas do governo. Pela primeira vez, a desaprovação do presidente supera, mesmo que timidamente, sua aprovação. Um dado que, se olhado no espelho, reflete mais do que estatísticas. São reflexões cansativas, dúvidas e insatisfações.
Em dezembro, a aprovação era de 52%; hoje, soma 47%. A desaprovação, que antes caminhava ao lado dos aliados do Planalto em 47%, saltou para 49%. Não são apenas números; são vozes que ressoam nas ruas, nas mesas de bares, nos corredores das empresas e nas conversas silenciosas.
A oposição, até então ofuscada pelos holofotes governistas, ganhou um sopro de ânimo. Os olhos recebem um novo brilho e os discursos se renovam. Afinal, a política é feita de momentos, e este é um deles: um instante de fraqueza que pode significar a morte prematura da continuidade de um projeto de poder.
Mas o que significa, de fato, essa desaprovação? Seria a economia que ainda não decolou? O custo de vida que você sente pesar no bolso? Ou, talvez, promessas que ainda não se concretizaram, ficaram no blá blá blá tão contumaz em políticos populistas?
Enquanto isso, o Planalto se fecha em reflexões, tentando ajustar o leme antes que o barco vire por completo. O horizonte de 2026, que parecia distante, agora se aproxima como um tremor de tsunami, arrastando todos os planos otimistas para a ribanceira, de onde caem direto na lama.
O sonho de Lula 4 começa a desabar? Pelos números da Quaest, sim. Mas na política, como na vida, os sonhos podem ser reconstruídos. A questão é saber se o povo hoje amargurado – o que se confirma com a pesquisa – continuará na mesmice ou se fará a opção por um candidato que realmente colha o que planta, e não fique na mesmice de repetir frases aleatórias que são levadas pelo vento.
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José Seabra é diretor da Sucursal Regional Nordeste de Notibras