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Pesquisadores descobrem na Serra do Japi espécie de rã que dança para seduzir

Andressa Pimenta Lins, Edição

Uma nova espécie de rã, descoberta por pesquisadores na Serra do Japi, em Jundiaí (SP), canta e dança para se comunicar. A Hylodes Japi – a rãzinha-da-correnteza – foi descrita pela primeira fez por Fábio Perin de Sá e Célio Haddad, do Instituto de Biociências (IB) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), do câmpus de Rio Claro, na revista científica PloS One.

Os pesquisadores estudaram o anfíbio durante três anos e concluíram que a rãzinha-da-correnteza é uma variação totalmente desconhecida de sua família biológica, a Hylodidae.

A pesquisa, realizada com apoio da Base Ecológica, mantida na Reserva Biológica Municipal de Jundiaí, apontou que a nova espécie só ocorre na Serra do Japi. “Acredito que ela tem muito a contribuir com a preservação desse importante remanescente da Mata Atlântica brasileira”, disse o pesquisador Fábio Perin de Sá.

A forma de se reproduzir da rã chamou a atenção, pois ela deposita ovos dentro de uma câmara subaquática construída no leito de riacho. A Serra do Japi tem mais de 30 espécies de anfíbios, porém, o mais curioso são os aspectos comunicacionais da espécie.

Outros estudiosos também atuaram na pesquisa, que constatou de vocalizações a carícias entre machos e fêmeas. A rãzinha emite diferentes tipos de sons e sinais visuais, como impulsos com os braços e balanço do corpo, para atrair a atenção da fêmea e também para afugentar as rãs rivas.

Sedução – O ritual de sedução vai desde os sinais à distância até a aproximação dos bichos e o “sim” da fêmea com toques dos braços sobre os pés do macho. Segundo o estudo, alguns comportamentos das fêmeas, estimulando os machos, são um registro inédito entre as rãs.

A nova espécie tem listras laterais oblíquas, dorso com manchas escuras e ventre de cor clara. Os machos adultos têm sacos vocais laterais emparelhados e expandidos. “Descobrimos que os machos usam seus sacos vocais duplos para sinalizar, provavelmente, melhorando sua performance durante a comunicação”, diz Fábio Sá.

No total, os pesquisadores identificaram 18 comportamentos, com funções diversas, na nova rã.

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