Pesquisadores alertaram, nesta quarta-feira (11), para os perigos da gripe aviária H7N9 na China e de uma mutação do vírus da gripe A (H1N1) na Índia, que juntos já mataram mais de 1.700 pessoas.
Caso as autoridades chinesas não consigam controlar o comércio de aves vivas, a gripe H7N9 pode se transformar numa pandemia – uma epidemia que se propaga em escala continental.
O alerta foi feito por uma equipe de cientistas, em estudo publicado na revista científica “Nature”.
Um sinal de alarme similar foi feito na revista norte-americana “Cell Host and Microbe” por outros pesquisadores, que se preocupam com uma mutação do vírus da gripe A (H1N1) na Índia, o que pode facilitar sua propagação.
No estudo publicado pela “Nature”, epidemiologistas dirigidos por Yi Guan, da Universidade de Hong Kong, tentaram entender por que o vírus H7N9 – uma cepa virulenta que surgiu na China em 2013 – ressurgiu.
Para eles, a explicação está no comércio intenso de aves vivas no leste e no sul da China.
Surgido inicialmente nas criações de aves da província oriental de Zhejiang, o vírus se propagou nos mercados de aves vivas das províncias vizinhas entre outubro de 2013 e julho de 2014, como mostram análises feitas sobre pacientes hospitalizados na cidade de Shenzhen.
Para evitar a propagação do vírus, os pesquisadores pedem especialmente o fechamento dos mercados de aves vivas e a criação de abatedouros centralizados.
O último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), fornecido em 23 de fevereiro, trazia 571 casos de gripe H7N9 confirmados em laboratório. Destes, 212 terminaram em óbito.