A Justiça quebrou o sigilo bancário ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, de seu irmão Luiz Eduardo de Oliveira e Silva e da empresa JD Consultoria, que pertence a ambos, por suspeita de envolvimento no suposto esquema de corrupção na Petrobras investigado pela operação Lava Jato.
Procuradores detectaram que a empresa de Dirceu recebeu recursos de três das empreiteiras investigadas por participação no suposto esquema –Galvão Engenharia, OAS e UTC Engenharia.
A firma de consultoria de Dirceu, que foi condenado no processo do mensalão, recebeu R$ 725 mil da Galvão Engenharia, 720 mil reais da OAS e R$ 1,377 milhão da UTC Engenharia em 2012 e outros R$ 939 mil da mesma empresa em 2013, totalizando quase R$ 4 milhões.
Executivos das três empreiteiras estão presos na carceragem da Polícia Federal em Curitiba e se tornaram réus em ações penais sobre as denúncias de irregularidades na Petrobras.
Os procuradores chegaram à empresa de Dirceu ao analisarem documentos da Receita Federal que mostravam as transferências. Ao aceitar as quebras de sigilos, a Justiça disse que o objetivo é identificar se houve outros pagamentos e se Dirceu e o irmão foram beneficiados pelo suposto esquema.
A assessoria de Dirceu disse que os recursos recebidos das empreiteiras foram resultados de serviços de consultoria prestados por ele e previstos em contrato, e que está à disposição da Justiça para esclarecimentos.
A UTC Engenharia informou ter contratado os serviços do ex-ministro para a consultoria em negócios no Peru e na Espanha. A Galvão Engenharia não comentou o caso e a OAS não atendeu as ligações do telejornal.